domingo, 11 de março de 2012

6: uma inevitável comparação

Exatamente 11 dias em Florianópolis. Exatamente 11 dias longe de casa, longe dos amigos, longe de meus pais. Exatamente como a 2 anos atrás. Só que dessa vez eu estou cozinhando e lavando roupas, porque não tenho minha mãe aqui do lado.
Exatamente os mesmos sentimentos de desencontros, felicidades efêmeras, desânimos, sorrisos passageiros, um pouco de desconforto, um pouco de insegurança e todo aquele blábláblá contraditório. 
Mas não é disso que vou falar aqui, por que depois que você muda e muda de novo e de novo as coisas acontecem sempre como um dejavu e você supera e se acostuma, e sabe que vai melhorar. 

O que me chamou muita atenção foi estudar a mesma coisa com pessoas diferentes. Em sentidos bons e ruins. Calma, eu vou explicar! 
São dois pontos principais: O jornalismo na Rural é receptivo, é simpático, é materno. Todo mundo que chega lá de fora acaba achando sua turma. Todo mundo conversa, fica lado a lado, ajuda, trata bem, pergunta se precisa de alguma coisa, interage. Isso de alguma forma acontece, tanto pelos docentes, quanto pelos discentes. Jornal na Rural é o curso da integração, mesmo com tantos problemas, tá todo mundo ali lado a lado disposto a (quase sempre) ajudar o outro, trocar com o outro, doar-se ao outro. 
Me lembro na entrada da segunda turma, vieram alguns calouros de outros estados e não tinham lugar para morar no primeiro dia de aula. Alguns veteranos abriram sua própria casa para eles passarem a noite.
Acho que nós, a primeira turma meio que aprendemos a ser ruralinos de uma forma instintiva. Essa coisa de ser amigo de todo mundo é meio exclusivo da Rural né. 
O Jornalismo na UFSC é cada um por si e Deus contra todos. Pelo menos é assim que me sinto depois de uma semana frequentando aulas. Claro que todo mundo tem seu grupo, e todo mundo mais ou menos conhece todo mundo. Mas, a impressão que tenho é que eles não estão muito preocupados quando você chega de transferência ou de qualquer tipo de intercâmbio. Eles vão estar ali para tirar dúvidas e te dar oi, mas não para de fato ser seus amigos ou interagir com você, não para fazerem você ser do grupo. É fechado, não tem vivencia com ninguém além deles mesmos. São conhecidos na Universidade toda por serem 'metidos e se acharem'. Bem o reflexo do que a maioria da sociedade brasileira pensa dos profissionais da área. O jornaleiros da UFSC pensam neles mesmos, como algo isolado da Universidade. Programas feitos são consumidos pelos próprios, sem se preocupar muito com o que acontece no resto do campus
O segundo ponto: O Jornalismo Rural é imaturo, inseguro, polemico (no pior sentido). TUDO que se coloca em discussão é resultado para 200mil comentários sejam contra ou a favor. E quando não, comentários pejorativos e sem relevância nenhuma. Zoação para o que (se foi exposto) deveria ter tratado com serenidade. E pior, NUNCA leva a lugar nenhum. Discussões e opiniões expostas num grupo do Facebook e que ninguém nunca toma uma atitude para resolver e melhorar. Ninguém nunca está aberto a novas sugestões e criticas construtivas para fazer de si mesmo pessoas melhores. Porque todo mundo já se acha o melhor! Atitudes de turmas de Ensino Médio que pouco estão se importando com o que é dado em aula e com o que deveria estar aprendendo com o professor. O que vejo na Rural são alunos que querem uma ementa fechada mas que não cumprem se quer a leitura obrigatória da disciplina, o que dirá ouvem e tiram duvidas sobre o que o professor propõe. E claro, depois acham SUPER correto ir escrever "cartas abertas" para reclamar da disciplina e dizer que NUNCA mais terão oportunidade de estudar algo do tipo e que não foi dado. Entre tantos outros exemplos que eu nem preciso ficar aqui citando. O que vejo nas três turmas de Jornalismo da UFRRJ é uma preocupação excessiva com o moralismo coletivo e pouquíssima preocupação em uma auto-reflexão. 
Vejo na UFSC um Jornalismo maduro e disposto a aprender e sugar do professor tudo que ele pode oferecer. Vejo alunos interessados, dispostos e abertos a quantas possibilidades são necessárias. Alunos que mandam e-mail para o professor cobrando ementa para se atualizar da leitura obrigatória sem mesmo o professor ter citado sobre ela na aula de apresentação. Vejo alunos que estão disposto a aprender a mexer no programa de edição de áudio para se tornar um profissional preparado e não estão esperando que o professor pegue pela mão, sente do lado e ensine passo-a-passo. Vejo alunos que desde o primeiro semestre de faculdade são incentivados a participar do programa de rádio que os próprios alunos montaram por iniciativa própria e sem supervisão de professor nenhum. O que vejo no Jornalismo da UFSC são estudantes focados a se prepararem como bons profissionais e não esperando estimulo do professor para fazer isso e muito menos reclamando disso ou daquilo. Também vi professores comprometidos que começam a aula na hora que foi marcado e não admitem atraso por parte dos alunos. É como uma via de mão dupla, eles cobram e são cobrados.

E tenho apenas duas colocações a fazer:
a primeira
Sei que fazer comparações é meio chato e insuportável, mas foi inevitável depois de ler tantos cometários desnecessários no Grupo de Jornalismo UFRRJ. E estou expondo minha opinião em minha página pessoal, por se tratar de uma opinião pessoal! Queridos coleguinhas da Rural, pensem sobre comprometimento com sua futura profissão em primeiro lugar. Porque gostaria realmente que TODOS vocês ai tivessem a mesma experiência que estou tendo aqui para aprender um pouco sobre tudo isso. E o objetivo do post é exatamente esse: compartilhar a experiência!
a segunda:
preciso expor que todas as impressões que tive sobre o Jornalismo na UFSC foram em relação a primeira semana de aula, que podem sofrer milhares de mutações até julho. 

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