sábado, 14 de setembro de 2013

final do fim de período

esse texto não é auto-biográfico. 
Mesmo assim tudo que eu escrevo tem um pouco de mim, assim como tem um pouco de ficção. Na verdade, o modo de encarar e enxergar a vida muda de olho pra olho. A verdade é tão relativa afinal de contas...

Último semestre da faculdade e tudo que eu queria era não ter que estar ali. Tudo que eu queria era não precisar estudar e não precisar ter que terminar aquela chatérrima monografia.
Depois de dois longos meses longe daquela cidade que não era minha, segui automaticamente fazendo malas e sabendo que eu só voltaria ver meus pais depois de pelo menos uns 30 dias. Eu estava mudando de casa, de novo. Era quarta ou quinta casa desde que eu decidi que precisava estudar em outro estado.
E agora, parece que faz tanto tempo que eu fiz malas para voltar para essa última parte da vida.

Defendi a monografia no mesmo dia em que recebi a proposta de emprego da minha vida. Senti um misto de felicidade extrema e de medo e de saudades e de apreensão, tudo ao mesmo tempo. E agora, estou colocando tudo no porta-malas do carro e partindo para mais uma fase da minha vida. Agora na cidade grande, na capital do país, tão perto e tão longe de tudo que já vivi. E eu queria levar todas aquelas pessoas que me assistiam enquanto eu arrumava tudo, eu queria coloca-las no porta-malas, nos bancos do carro, no bagageiro, eu queria leva-las comigo.

O que aconteceu foi que toda aquela vizinhança nova, era realmente nova. Eles me lembraram de como era mágico aquele lugar chamado Universidade. Eles me lembraram que o estudo era o de menos naquele momento. E agora eu tenho certeza que só e somente eles me sustentaram em pé nesse último momento que estava tão longo e tão pesado.

A Universidade é mesmo um lugar de formação, seja ela pessoal, profissional. É um lugar que você vive os mais loucos, os mais incríveis, os mais tristes, os mais felizes. A Universidade é sempre mais. E você só entende o que isso significa quando participa dessa fase, quando muda de casa e enfrenta a vida nova. Quando constrói e desconstrói tudo que você acredita na vida pelo menos três vezes. Quando você ama e desama a mesma pessoa cinco vezes no mesmo dia. É a época que você menos dorme na vida, mas a que mais dorme também. É a época que menos estuda, mas a que mais estuda também.

E os amigos, eles estão tão perto e participam tanto de sua vida. Você faz amizades que são tão diferentes de você. Você desfaz amizades que achava que duraria para sempre. E talvez, você fique por anos e anos sem encontra-los depois que for embora. Ou eles serão os seus melhores amigos para sempre e verão seu casamento e seus filhos crescerem. Eu ainda não sei o que são dos amigos quando a gente termina a faculdade... Isso deve ser assunto para daqui alguns anos.

Nas últimas semanas de aula eu dormi pouco, estudei muito, e fui a mais festas ainda. Sorri e sorri mesmo estando tão desesperada em ir embora. Sorri com tanta vontade de chorar, sorri porque precisava fazer com que todas as pessoas por perto se lembrassem de que eu fui feliz ali. Porque todo mundo ainda ia ficar por mais tanto tempo ali. Mais uma vez por um caminho desconhecido.


domingo, 8 de setembro de 2013

da saudades

Coloquei a minha vida dentro de meia dúzia de caixas e duas malas de 42 kg. As caixas foram pelo correio e eu espero sinceramente que cheguem bem e inteiras. As malas foram comigo, dentro de um avião que me fazia embarcar no desconhecido. 
De lembranças eu tinha alguns porta-retratos, livros e uma daquelas bandeiras cheia de rabiscos de despedida que os amigos bêbados escreveram no bar ontem a noite. Amigos esses que estão fazendo um super drama por eu ter escolhido ir embora e sem data para voltar.
Um dia inteiro dentro de um avião e um apertamento com móveis desconhecidos em uma avenida suja e movimentada em qualquer lugar bem longe de qualquer um dos outros lugares que eu chamo de casa. 
Abri as malas e coloquei alguns porta-retratos na cabeceira da cama, talvez para tentar fazer com que aquele lugar seja um pouquinho mais meu agora. Para que eu possa chamar de casa o quanto antes.

Mais um vez é hora de lidar com a saudades. Não daquelas que te fazem querer voltar no tempo e viver tudo de novo e estar do lado de todas aquelas pessoas do mesmo jeito outra vez. A saudades de quem convive com e aprende com a mudança abre um buraco no peito e ainda assim te faz sorrir.
Porque você lembra daquele sorriso amigo e daquele colo que só se pode encontrar a muitas milhas de distância e você tem absoluta certeza que viveu aquele momento porque precisava daquilo, mas que agora não precisa mais. 

A saudade te faz chorar e te faz pensar em voltar, em desistir. Mas todas aquelas pessoas que ficaram estão esperando que você siga em frente e você segue. Porque passou e já é hora de viver outras vidas, outros amores, outros amigos, outras paixões, outros ventos e outros mares.

Abri a janela e vi aquela cidade iluminada pelo crepúsculo de outono. Pôr-do-sol e luzes começando a se acender. Resolvi levar a saudade para passear, já que ela vai me perturbar incessantemente até que eu consiga chamar esse novo lugar de casa. Então, ela vai continuar ali, a saudade, ela nunca some do meu peito. Mas vai fechar a ferida e somente fica a mais uma cicatriz, daquelas que começam a coçar quando o tempo muda. 


sábado, 7 de setembro de 2013

oi, prazer em reconhecer

Mudei tudo.

Tenho esse blog desde 2010. Ele tem me acompanhado por um momento decisivo de mudanças em minha vida. Desde que eu vim viver esse sonho de morar no Rio de Janeiro. 
Vocês amigos e leitores sabem que muita coisa aconteceu em minha vida de lá para cá, que a vida nem sempre foi um sonho e que não aconteceu quase nada do que eu esperava que aconteceria comigo quando eu escrevi a primeira postagem: Olá em 21/01/2010.

Primeiro resolvi que o nome do blog já não tinha mais nada a ver comigo. Eu até quis ir fazer a diferença um dia na vida. Mas acho que comecei a pensar nisso muito nova, tive algumas decepções, percebi que o mundo não é assim como eu imaginava e desanimei. Fiquei com preguiça mesmo de virar super herói. Ando esperando fazer a diferença com meus amigos, com minha família, com um desconhecido da balada. Ando tentando não jogar lixo na rua, nem me beneficiar trapaceando. E por enquanto basta. Não espero ser uma jornalista que produza algo que realmente faça a diferença, desculpe, deixei me vender ao capitalismo.

Meu momento é Quimera, que de acordo com o dicionário Michaelis quer dizer:
sf (gr khímaira1 Monstro da mitologia grega, com cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de dragão. 2 Criação absurda da imaginação; fantasia, utopia, sonho. 3 Coisa impossível, irrealizável, absurdo. Ictiol Gênero (Chimaera) típico da família dos Quimerídeos, constituído de peixes elasmobrânquios marinhos, largamente distribuídos, que incluem todos os holocéfalos com focinho obtuso e cauda prolongada ou filiforme. 5 Peixe desse gênero, particularmente a espécie Callorhynchus callorhynchus, que ocorre nos mares do Brasil, também chamadapeixe-coelho e peixe-elefante. Antôn (acepção 2): realidade.

Gosto principalmente da definição 2. 

O desing anterior era uma gracinha. Mas não era mais eu. Talvez até tenha sido um dia. Mas gosto mais das linas finas, das fontes simples, Gosto mais do prático e direto. Tirei os selinhos da lateral, apesar de os adorar. Queria menos poluição visual.
O fundo ainda não está do meu gosto, mas vai ficar assim, até que eu encontre algo melhor.

Mas tudo isso vem simbolizando um monte de outras coisas que aconteceram em minha vida nos últimos três anos. 

Mudança, constante.

E que comece uma nova fase, com novos textos, com menos drama e menos seriedade. O mundo exige demais da gente, as vezes é bom não levar tudo tão a sério.

Bem vindo de novo, prazer em reconhecer você!

3 anos, 6 meses e 17 dias e eu já fui tantas...