sábado, 26 de novembro de 2011

O Ballet de Moscou, dançando

Hoje, quase uma semana depois eu consigo colocar no papel o que vi domingo, 20 de novembro de 2011. Era uma sala de cinema, em um cinema de rua qualquer do Rio de Janeiro. Mas, em Moscou, do outro lado do planeta o melhor ballet do mundo estava estreando. E o cinema qualquer do Rio de Janeiro transmitia ao vivo. A sala estava lotada (de idosos a propósito) e quando eu cheguei o espetáculo já havia começado. Olhei para a tela, ainda na entrada do cinema e fiquei paralisada com aquele cenário maravilhoso, com aquela bailarina perfeita, com aquele figurino excepcional. A primeira reação que tive depois de alguns segundos (talvez minutos) olhando para a tela foi pegar o meu óculos na minha bolsa e obter assim uma imagem melhor. E depois de colocá-lo tudo, que já era perfeito, ficou de algum modo indescritível mais perfeito ainda. Meu pai me cutucou e disse que eu tinha que ir para a outra entrada da sala. Eu, ainda meio boba o segui. E depois de dar a volta sentei-me no chão, sem vontade nenhuma de olhar para outro lugar além da tela de cinema. Imaginem, eu estava NO CINEMA vendo BALLET. São só duas coisas que eu mais amo na vida! E o espetáculo continuava, continuava, continuava. E cada novo bailarino que entrava no palco, cada novo figurino que surgia eu descobria que as coisas poderiam ser mais perfeitas. Intervalo de 30min e eu fui atrás de alguma coisa para comer, depois de ver algumas entrevistas dos bailarinos. Com o palco ao fundo, com outros bailarinos “passando” a coreografia. Tudo tão filme! Com meu inglês precário consegui entender algumas poucas coisas que o primeiro bailarino do Ballet de Moscou falava. Ele disse que estava aprendendo muito com o ballet russo e estava muito feliz por isso.
No inicio do segundo ato voltei a sentar no chão, no cantinho, quando uma senhora estava saindo da sala e me perguntou:
- Você está sentada ai porque não tem lugar?
Eu respondi afirmativamente.
-Estou sentada no lugar tal e tal, lá no último, senta lá eu estou indo embora.
-Ah muiiiiiito obrigada – respondi com os olhos brilhantes.
E eu almocei um lanche, meio sem ver nem sentir o que estava comendo. Estava mais interessada no primeiro bailarino, vindo recentemente do EUA. Ele flutuava entre seus saltos no palco. Ah! E ele ainda disse que estava aprendendo!
E terminou, e eu pouco consegui falar sobre o assunto. Só idolatrei meu pai pelo resto da vida por ter me proporcionado esses momentos únicos. Só achei tudo maravilhoso, tudo muito lindo, tudo perfeito. E não conseguia dizer mais nada.
Me distanciando um pouco de toda magia, hoje, consigo dizer com toda certeza que foi a dança mais linda que já vi na minha vida. Percebi que a primeira bailarina do ballet de Moscou é uma pessoa humana, ela errou o tempo da música, na estréia!
Ainda consigo falar pouco sobre isso, só quem assiste poderá dizer o quão fantástico é aquilo. 

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Questionamentos Evangélicos

Aprendi desde que me entendo por gente que Deus existe. Muitas coisas acontecem em minha vida e no mundo cotidiano para que eu continue acreditando sobre isso. Talvez eu interprete tudo isso pela criação dentro da igreja evangélica, talvez eu tenha um pouco da caretice dos "crentes" e um pouco da rebeldia dos adolescentes que não tiveram escolha por conhecer o "amor de Deus" desde que nasceram. 
Leio poucas coisas sobre o assunto e concordo sempre com a maioria delas. Seja no âmbito dos "ateus ou católicos" seja na defesa dos "evangélicos". 
Acredito sim que o esforço do ateu em provar que Deus não existe com certeza tem algum fundamento em dizer que ele existe. Acredito também que as igrejas evangélicas praticamente viraram lojas que expõe seus produtos de "vida feliz".
O meu maior questionamento hoje em dia são na verdade sobre as doutrinas da Igreja. Sim, com letra maiúscula, significando a instituição. Porque será que se eu fui uma pessoa boa a vida toda, amei o próximo como a mim mesma mas não frequentei a igreja todos os domingos a noite eu não mereço ser salva? Será que se eu fizer uma tatuagem no corpo eu deixarei de ser filha de Deus? 
Sem falar na interpretação da bíblia. As doutrinas precisam ser baseadas no contexto histórico em que se vive. Um século antes de Cristo era comum a mulher usar saia (assim como os homens). Isso não vai me impedir de usar uma calça jeans hoje. Ou mesmo um short curto. 
Para mim a Igreja deveria ser um lugar para que os "fiéis" se reunissem, virou uma lojinha de shopping, onde os donos ficam discutindo quantidade de público e lucros. 
E, para mim, Deus seria um Pai muito carrasco ao mandar um filho para o "inferno" porque ele foi para uma balada no final de semana. Ou, porque ele ingere bebidas alcoólica as vezes. Esse é outro ponto que me irrita: "Não posso fazer isso, minha religião não permite!" "Não posso falar isso, minha religião não permite." "Deus não vai deixar isso acontecer." Ah, fala sério! A "religião" não pode e não deve prender ninguém. O amor de Deus é muito maior que uma palavra não dita. E, se você faz contas meu bem, Deus não irá pagalas para você! Deus costuma agir no impossível. A vida é muito maior do que uma igreja e uma religião. Deus é muito mais que isso. 
Tenho certeza que Deus se mantém ao meu lado, que Ele é o único. Mas... não acredito na igreja. Em nenhuma delas por hora.



domingo, 6 de novembro de 2011

parei e configurei tudo novo de novo

E mais uma vez minha cabeça se enche de devaneios.
Tenho certeza de tudo isso está valendo a pena, mesmo que seja apenas pelos momentos vividos, pelas pessoas encontradas e pela dinâmica do saber. 
A maior questão: Será que está sendo o suficiente? Será que está sendo o melhor? Será que dará o resultado esperado, mesmo que a longo prazo? Bem longo por sinal. Cada vez mais longe, cada vez mais perto. Cada vez mais confuso.
Só decidi parar de pensar, decidi fazer o máximo para não planejar, decidi esperar que a vida me mostre o que é o melhor para mim. Decidi que chegou a hora de focar no cuidado de meu jardim e para de correr atrás de borboletas. 
Decidi que chegou a hora de dar importância para quem tá ali te ajudando. Afinal eu não faço tanta falta assim, porque quem DE FATO faz falta para mim? (posso contar, no máximo, com os dedos das mãos) E por mais que pareça que o mundo vai acabar quando alguém não for estar por perto, a gente sempre sobrevive. E permanece por perto apenas quem se esforça para isso.
E, principalmente, permanece perto de mim somente aqueles que tem paciência de entender uma mente cheia de conflitos.

Vale a pena viver, sem se preocupar muito, sem sentir muitas mágoas, vale a pena viver perto daqueles que também acham que vale a pena ter você por perto.
E que anseiam por isso, e que se importam com isso. (estar por perto)