sábado, 30 de outubro de 2010

"Se nada der certo daqui um ano...



...pegamos as nossas mochilas e iremos para Europa. Como no plano de JK: 50 anos em 5.
Essa promessa foi feita há exatamente um ano atrás, num sala de plantão de duvidas num pré-vestibular em Campinas, SP. Hoje, a Eve veio me lembrar disso pelo msn. E eu me peguei lembrando de todo um ano, de todas as minhas duvidas e certezas. E como minha vida mudou de lá prá cá.
Éramos seis garotas, que se conheceram por obra do destino em uma fase da vida em comum. Passar pelo sonhado e temido vestibular. E foram quase 10 meses juntas. Só que quando a gente se deu conta, já estávamos muito ligadas. Quando a gente se deu conta a já dependiámos inteiramente uma da outra. E assim foram todas as noites de 19 as 23h. E depois todos os sábados de 9 as 17h. E as coisas pioraram, vieram os domingos os feriados. Ao olhar para trás eu vejo como minha vida mudou por causa delas. Como eu aprendi com elas, e como todas as minhas melhores lembranças estão sempre elas por perto. Tenho certeza que as seis tem plena consciência que só conseguimos porque estivemos juntas. Quando uma não queria mais caminhar, as outras seguravam em suas mãos e caminhavam lado a lado, até que ela pudesse novamente caminhar sozinha. Se não vocês eu não teria continuado. E são tantos momentos... aulas de história geral, literatura, redação, piadas toscas de geometria, coisas nojentas de biologia, risos, sorrisos, uno, comida, brincadeirinhas de criança, broncas, carinhos, cinemas, shopping, e até a inesquecível morte do Michael... Hoje cada um seguiu sua vida, as realidades voltaram a ser diferentes, as cidades ficam cada vez mais longe, as notícias vem num tempo muito longo e a saudade aumenta junto com o amor que tenho por vocês. E essa distancia chata, só me confirma uma coisa que eu já tinha certeza, essa amizade vai superar distancias, e com certeza não vai mudar por causa de alguns quilômetros de distancia!

Um ano depois dessa promessa maluca eu fico feliz, porque de certa forma as coisas deram certo para todas, afinal não precisaremos virar mochileiras. E hoje, todo aquele desespero e angustia pré-vestibular nos fazem rir, e mesmo sendo meio paradoxal, até nos tranquilizam.

Hoje eu deixo apenas meu obrigada. Mil vezes Obrigada. Eu não teria me tornado (ou me tornando) o que sou hoje por vocês.

'E que tal pegar a mochila e ir para Europa hoje em pensamentos, numa viagem juntas, pelo coração... Divirtam-se!









sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Resenhar

você já teve aula de Comunicação e Linguagem Científica? ou dependendo do curso Metodologia de Pesquisa, algum derivado? Você com certeza aprendeu a fazer resenha então. Mas a sua professora te passou o exercício chato de ter que fazer uma? Com certeza passou, mas não na semana que você tem provas e precisava estudar ao inves de ficar quebrando a cabeça numa resenha certo?
Tudo bem, eu até me diverti, afinal o tema foi livre e eu pude me deliciar com meu livro preferido: "A menina que roubava livros".
Como o trabalho ficou até mais ou menos e como eu gosto muito do livro, colocarei o resultado aqui. Indico o livros para quem ainda não leu, vale a pena!

Ai vai:


Markus Zusak é um jovem autor de 35 anos. Conhecido principalmente por seus livros infanto-juvenis. O marco de sua carreira aconteceu em 2006 com o lançamento de “A Menina que Roubava Livros.”
O autor australiano cresceu a ouvir seu pai contar histórias da Alemanha Nazista e conseguiu conciliar muito bem essas histórias a uma ideia que já tinha anteriormente, a de uma personagem roubadora de livros. "Nós temos essas imagens das marchas em fila de garotos e dos 'Heil Hitlers' e essa ideia de que todos na Alemanha estavam nisso juntos. Mas ainda havia crianças rebeldes e pessoas que não seguiam as regras e pessoas que esconderam judeus e outras pessoas em suas casas. Então eis outro lado da Alemanha Nazista", disse Zusak numa entrevista com o The Sydney Morning Herald.
Em seu livro, o autor australiano consegue fugir de toda uma estrutura padrão, começando pelo narrador da história: a morte. Poético, assustador, emocionante, sarcástico, inteligente, o texto é envolvente até a última página. Mostrando como as palavras podem mudar a vida das pessoas, mesmo em meio a situações adversas.
Liesel Meminger é a garota de quem a morte resolve contar a história. Em meio à guerra, com tantas mortes, a menina se encontra três vezes com a narradora do livro, e a passa por ela às três vezes.
Abandona pela mãe, viu seu irmão mais novo morrer no caminho de sua nova casa. No enterro de seu irmão, numa cidadezinha no meio do nada, o coveiro deixa cair o seu livro de bolso, O Manual do Coveiro. Foi o primeiro livro que Liesel roubou. Ela viveu os próximos quatro anos em uma cidade próxima de Munique com um pai acordeonista e uma mãe lavadeira rabugenta. Ai desenvolve-se toda a história. A menina aprende a ler com o Manual do Coveiro, brigou, sentiu raiva das palavras, mas se reconciliou com elas. As palavras a principio faziam com que ela se lembrasse de seu irmão, era sua última lembrança dele. Depois os livros se tornaram sua maior paixão, sua razão de viver. E foram as palavras que a salvaram.
Novas histórias vão se misturando com a Liesel no decorrer do livro. A de seu pai acordeonista, sobrevivente da Primeira Guerra. A de sua mãe, lavadeira rabugenta com um ótimo coração. A do garoto Rudy, seu melhor amigo e o amor de sua vida. A do judeu Max, que ousou a apagar as palavras de Adolf Hitler para escrever uma nova história à Liesel. A da mulher do prefeito, com sua enorme biblioteca e sua tristeza incompreensível.
Todo esse drama mostra ao leitor a Segunda Guerra sob uma nova perspectiva, onde alemães também são boas pessoas e lutam para sobreviver em meio a tantas dificuldades e inconstâncias. Toda a história remete a uma reflexão sobre o poder transformador das palavras. Todas as entre linhas dão a certeza de que a vida não é fácil, mas vale a pena ser vivida.
O livro foi um marco para literatura do mundo todo. Permaneceu durante 43 semanas na lista dos mais vendidos do New York Times. Hoje, o autor vive em Sydney, na Austrália.

beijos beijos beijos
que seja uma ótima semana, de provas.