22 anos.
Quem vos conta essa história cheia de altos e baixos, mudanças e reviravoltas sou eu.
Aí em baixo há várias tentativas de histórias e coisas consideradas importantes para mim.
Mas cada pessoa nova que passa pela minha vida ou que me deixa me muda, leva um pouco de mim e deixa um pouco de si. Então o lance todo de uma auto-biografia é muito mais as histórias de ficção ou não desse blog do que de fato minhas próprias definições. Porque a vida não são as conclusões e sim o caminho que percorremos até que chegássemos aos tais finais.
A novidade é que eu trabalho em um site de auto-conhecimento que tem feito com que tudo desmoronasse e fosse repensado novamente. A novidade é que a Universidade está acabando e o sonho de ser Jornalista está quase virando realidade me deixando praticamente sem novos sonhos. A novidade é que tenho passado pela vida de uma forma tão intensa que anda cada vez mais difícil tentar definir qualquer conceito, qualquer certo ou errado e qualquer nova ideia. Porque não há mais espaço para o novo. Tudo é requentado, reconstruído e refeito.
Moro no Rio de Janeiro com meus pais há 4 anos. Sou uma paulista que usa havaianas, quase gosta da praia e continua odiando o verão. Ando escrevendo sobre tudo. Dou opinião, escrevo sobre fatos e crio algumas fantasias.
Sábia Clarice Lispector que dizia que definir-se é limitar-se.
Florianópolis, 10 de março de 2012.
Fiquei pensando sobre quem sou eu. Tentando arrumar uma resposta objetiva para uma pergunta que está cada vez mais difícil de ser objetivada...
Sou um amontoado de coisas, lugares, pessoas, estações, cores, sentimentos, sonhos, amores, desilusões. Sou tudo e sou nada. E a toda hora mudo, me vejo diferente e me desconheço de novo, de novo.
Achei que fosse uma paulista de uma grande cidade que tinha o sonho de ser jornalista e ter uma ONG para ensinar ballet a quem não tem contato com a arte. Ambos partiam da vontade de mudar o mundo ou de ser alguém nele.
Achei que era uma menina de uma pequena cidade de São Paulo que estava no Rio de Janeiro sem saber nada sobre a sonhos, estudos e vidas. Tudo partia da ideia de nunca ser nada sem ninguém em um lugar que caminha sem precisar de mim.
Achei que fosse do mundo, que não precisasse de raízes nem de referências. Que poderia ser eu mesma sem que ninguém percebesse. Tudo partia do sentimento que ser jornalista era muito mais forte do que eu imaginava.
Tive e tenho um milhão de dúvidas. Tive e tenho um milhão de certezas. Tive e tenho um milhão de planos. Tive e tenho um milhão de desilusões.
Ballet, teatro, jazz, hip hop, melhor aluna, vestibular, certeza, escola, professora, faculdade, estudante, Cia de dança, morar sozinha, novos amigos, duvidas, profissão, pesquisas, artigos, congressos, desconstituição, pouca prática e um sonho que depois de tanto tempo ainda continua na cabeça.
Florianópolis e a busca pelo sonho, por novas certezas, por novas perspectivas, a busca por uma profissão e a paixão por ela que precisa renascer.
Rio de Janeiro, 22 de outubro de 2011.
Mariana Dias, 19 anos.
Nasci na Maternidade de Campinas, interior de São Paulo em uma tarde de dezembro. Um mês antes do que me esperavam. Vivi lá até os 9 anos. Depois de algumas experiências de contato direto com a violência urbana meus pais resolveram muda-se para a tranquilidade de uma cidade pequena do sul de Minhas Gerais. Andradas, onde minha mãe nasceu. Passamos 9 meses lá e voltamos.
Meu pai passou a trabalhar na manutenção e projeção de uma rede de cinemas em Campinas e vivi lá por mais 8 anos. Tive uma infância tranquila e feliz.
Pratiquei alguns esportes e quase todos os tipos de dança. Estudei em escola publica a vida toda e comecei a dançar ballet em um Projeto Social.
Me apaixonei por um milhão de coisas que poderiam ter se tornado minha profissão. Me desapaixonei depois de um tempo. Conheci a magia dos livros e mergulhei no mundo das histórias desde romances até as ficções malucas. Descobri a magia do cinema ao frequenta-lo toda a semana enquanto esperava meu pai sair do trabalho. Nessa época vi todos os tipos de filme, mas me especializei nos de terror. Talvez por isso hoje em dia eles já tenham perdido a graça. Aos 14 anos, ganhei um concurso de redação e fui conhecer a afiliada da Globo na minha cidade. Momento de extrema importância para que eu decidisse para sempre o que queria ser quando eu crescesse.
Eu queria ser jornalista e trabalhar naquela redação de Tv que fui conhecer. Desde então me dediquei para entrar para uma faculdade publica. Comecei a dar aula de ballet aos 16 anos e descobri que poderia me realizar através de minhas alunas. Descobri a magia de ensinar e de ver seus ensinamentos dando resultados. Me apaixonei pela profissão que já tinha e que nunca imaginei desempenhar.
Em 2009 fiz pré-vestibular ao mesmo tempo em que terminava o Ensino Médio e dava aulas de ballet. No final do mesmo ano meu pai foi transferido para o Rio de Janeiro. Então no inicio de 2010 mudamos para a "Cidade Maravilhosa". Passei para a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e devido a distância tive que abrir mão do conforto de minha casa e me alojar por lá durante a semana. Estou no segundo ano de faculdade, danço na Cia de dança da UFRRJ, escrevo para a Agencia de Noticias da UFRRJ e participo do grupo de pesquisa em Comunicação Multimídia. Apresentei o meu primeiro artigo acadêmico no Intercom em maio de 2011 em São Paulo, capital.
Depois que comecei a estudar Comunicação Social e morar longe dos meus pais minha vida mudou muito, houve um grande quebra de paradigmas e tenho certeza que ainda há muito o que mudar e aprender. Ainda não descobri o que a Comunicação Social vai propor em minha vida e qual será meu futuro a partir daí. Já sei de algumas coisas que não quero.
Sinto muita falta de meus amigos de Campinas e ainda sinto muito a mudança. As coisas são bem diferentes por aqui. Sinto muita saudades das minhas turmas de ballet e da felicidade de ser professora.
Apesar de tudo tenho tentado construir meu caminho e seguir por ele. Tenho tentado aproveitar o máximo da vida, das oportunidades e acima de tudo tenho dado tudo de mim para me manter FELIZ. Verdades, desvaneios, conceitos, carater. Tudo isso muda, transita e é relativo.
*não concorda? Deixe você mesmo sua definição.