terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Deixar para trás, viver de novo

Vivi e sobrevivi. Estou viva, com o sangue pulsando rápido. Borbulhante.
É difícil explicar todos aqueles acontecimentos agora que já passou. Na época foi intenso demais e tudo que eu menos queria era escrever.
Porque escrever significava botar pra fora e botar pra fora significava abrir mão, deixar pra trás, expelir todo aquele sentimento de pertencimento àquele lugar. E naquele momento tudo que eu não queria era deixar de pertencer, de viver, de fazer parte.

"Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só, nem nos deixa sós; leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo." Antoine de Saint-Exupéry

Só que eu não queria deixar um pedaço meu, nem levar um pedaço das outras pessoas, daquele lugar. Eu simplesmente não queria ir. Mesmo tendo certeza que aquele era o momento, que aquela transição era necessária. Eu tinha consciência de tudo isso, como não ter estando com aquelas pessoas, naquele lugar. O que mais aprendi no último ano foi sobre a consciência... Mas a emoção gritava tanto que andava me deixando surda, sem chão, sem voz e praticamente sem coração. Sem ar.

Pela primeira vez eu não quis escrever e isso fez toda diferença. Eu quis o sentimento só pra mim, exclusivamente dentro do meu peito. Mesmo colocar oralmente em palavras era difícil e vocês todos sabiam disso. Eu senti tudo, mesmo fingindo estar ignorando, mesmo forçando o sorriso, mesmo querendo me revoltar contra o mundo. Eu precisei sentir tudo, já que sentir é sempre tão difícil para uma pessoa totalmente racional como eu.

E só dois meses depois eu falei tchau e pude voltar para dizer oi novamente.

Sentir e guardar para sentir. Sentir e viver para sentir. Sentir e entender que algumas imagens nem mesmo a poesia das palavras consegue mostrar.

Já estou pronta pra outra, já estou pronto para outro.
Dois mil e quinze.


quinta-feira, 31 de julho de 2014

despedir-se

Eu já sabia que chegaria a hora.
Da mesma forma que chegou a hora de deixar o colégio, deixar Campinas, deixar a Travessa, deixar Florianópolis, deixar a Europa, deixar a faculdade. A vida no final das contas é uma série de eventos que a gente deixa, até que enfim a vida nos deixa.

E ainda estou confuso só que agora é diferente, estou tranquilo e tão contente.

Eu estou tentado lidar bem com tudo isso, estou tentado ser forte e ultrapassar todo esse momento difícil como um adulta responsável e madura. E por muitas vezes tudo que tenho vontade de fazer é só sumir ou chorar. Mas nada disso resolveria o problema.

Mas estou pensando a melhor forma de deixar. Estou pensando em encarar isso como na maioria das outras vezes, dizer tchau e pensar que vou voltar amanhã. Só que agora é diferente. Agora eu também sinto que não é somente dizer tchau. As pessoas que convivem comigo diariamente precisam saber o quanto tudo isso mudou minha vida. O quanto tudo isso foi essencial para minha formação profissional e pessoal.
O problema é que não tenho conseguido escrever, na verdade eu não aprendi como dar tchau, como despedir-me, como e em que contexto expor tudo que preciso. Porque embora, para mim, faça todo o sentido e seja extremamente importante, as vezes não tenho certeza do quanto eu consigo expressar essa importância.

Chegou a hora de dar tchau, mas eu não sei como fazer isso.


domingo, 8 de junho de 2014

ser do mau

Foi um fim de semana de Disney. No sábado aproveitei a preguiça para ver Frozen, afinal eu precisava me preparar para entender a próxima temporada de Once Upon a Time, além de ser um filme que já estava em minha lista de recomendados principalmente por conta da trilha sonora.
No domingo fui ao cinema ver o comentado Malévola, com a sensacional Angelina Jolie.
Fiquei pensando sobre vilões e toda essa nova onda sobre ser bem ou mau que a Disney anda colocando na cabeça das crianças. Afinal de contas, ter atitudes ruins podem ser justificadas por experiências ruins e/ou mal resolvidas do passado?
Será que uma pessoa nasce do mau ou se torna do mau?

Já havia pensado sobre isso dentro do ambiente de trabalho. Porque há sempre no seu relacionamento profissional o vilão, assim como há sempre o vilão na escola e em todas as situações que vivemos. Sempre há alguém 'do mau'. Só que será que eu já não fui 'do mau' para uma outra pessoa sem nem saber?
Porque nenhum de nós é perfeito afinal. Será que eu já não despertei em alguém um sentimento que abominei quando aconteceu comigo? Dessas coisas simples que a gente faz no dia a dia mesmo, como deixar de dar atenção necessário para um amigo quando ele mais precisa e a gente está ocupado demais com nossa felicidade ou com nossos problemas que julgamos sempre serem maiores e mais sérios.

Ana, sempre considerou a irmã mais velha uma 'bruxa malvada' em Frozen. Ela sempre achou que a irmã mais velha a desprezava e se achava superior ou era mau humorada ou qualquer coisa do tipo. Assim como a gente sempre tem alguém da família que julgamos ser mais 'desnaturado' ou menos integrado, ou mais frio em relação aos problemas. Assim como a gente sempre tem uma tia ou uma irmã ou uma prima que é malvada.

Malévola jogou uma maldição horrível em uma 'praga' que considerou como vingança. e todos ao seu redor a consideram uma bruxa do mau. Quando na verdade, somente ela desenvolveu o true love pela garota. Quando somente ela foi a fada madrinha. Quantas vezes deixamos de nos aproximar de alguém porque ela é a bruxa malvada e depois descobrimos que era apenas uma circunstância que a conduzia para o mau.

Mas será mesmo que todo mau é justificado por uma ação ruim? Porque sempre consideramos que somos pessoas boas, porque sempre consideramos que as pessoas que estão ao nosso lado são perfeitas? Até que essas pessoas por perto 'deixam a máscara cair' e vemos o quão ruim elas eram. Como se nada mais fosse bom nelas. Como se ela tivesse se mantido ao seu lado somente e exclusivamente por algum interesse. Já dizia Deleuze que toda relação é constituída por interesse, seja ela qual for.

Eu concordo com a Disney, os vilões não são de todo vilões. As vezes eles também são heróis. Mas será que as ações ruins podem sempre justificar o mau? Só porque alguém feriu meu coração, tomou uma atitude errada comigo ou deixou de ser meu amigo quando eu mais precisei eu devo deixar de amar? Eu devo me vingar e através dessa vingança perceber e entender que isso não me leva a lugar nenhum? Fico confusa entre o bem e o mau. Entre o bom e o mal. Fico confusa entre as atitudes que tomamos, entre os pensamentos que temos, entre as experiências que passamos. Tudo nos molda, tudo faz de nós pessoas boas e ruins ao mesmo tempo.

Pelo menos agora a gente sabe que as pessoas não nascem ruins, ou pelo menos agora as nossas crianças vão acreditar nisso.
Sem conclusões nem julgamentos. Apenas pensamentos e questionamentos habituais.

terça-feira, 27 de maio de 2014

mas e os sonhos?

Quando a cabeça não dá paz é hora de colocar todos os desorganizados pensamentos em letras que juntas formam muitas palavras sem sentido. Eia que.

Essa nunca foi a faculdade dos meus sonhos. Mas se tornou um sonho estudar aqui. Então fiquei pensando que talvez não tivesse sido um sonho se eu tivesse ido para o lugar que sempre sonhei. Talvez tudo aquilo tenha se tornado um pesadelo. Há umas semanas atrás fui conhecer a faculdade dos meus sonhos e eu realmente achei que talvez, e somente talvez, pudesse ter sido um sonho sim.

Quando eu estava no terceiro ano de Ensino Médio, uma professora me disse uma vez que a grama do vizinho é sempre mais verde. Na época não entendi. Mas hoje eu realmente achei que talvez a grama da faculdade dos sonhos estivesse mais verde. 

Esse nunca foi meu emprego dos sonhos. Mas se tornou um sonho trabalhar aqui. E talvez o emprego dos sonhos se torne um pesadelo. A gente nunca vai saber de verdade não é mesmo? 

As vezes a gente escolhe, as vezes a vida escolhe pela gente. Eu tenho deixado a vida escolher por mim há tanto tempo que me habituei com que as escolhas, me habituei com a vida encarregada delas. Acho que a última escolha que fiz foi ter mudado de sala no último ano do Ensino Médio. Todas as outras não foram de fato uma escolha, foram somente uma falta de ação que me levou a diversas consequências e aprendizados, bons ou ruins. Mas então o que é mesmo fazer uma escolha? Será que o ato de acordar todos os dias e escolher ir trabalhar de vestido ou de calça jeans não é escolher alguma coisa que pode mudar minha vida para sempre? 
O que muda a vida? 

Acho que nunca saberemos, se e como seriamos caso tivéssemos realizados nossos sonhos do modo que imaginamos. Ou se tivéssemos escolhido menos ou mais. Eu sei que já falei sobre o tal "SE" dessa e dessa outra vez. Mas ele continua aqui, continua aqui nos assombrando. 

Hora de andar, hora de andar, hora de andar. Mas nada sai do lugar! Que droga! Continue andando e andando. Hora de fazer escolhas, daquelas que mudam sua vida para sempre. Quando você anda para frente, necessariamente deixa algo para trás. E as vezes esse algo é bom, mas esteve em sua vida tempo suficiente para me fazer alguém melhor. Eu gosto de misturar essa terceira e primeira pessoa, porque eu sou nós e nós é você. 

Mas eu já sonhei tanto e já vivi tantas coisas que se tornaram sonho que hoje não sei mais como sonhar. Alguém me ensina como voltar a ter vitalidade e a crença dos 14 anos por favor? Alguém me ensina como ter a coragem de encarar o mundo aos 14 anos por favor? Por que eu encarei o meu mundo aos 14 anos e estou morrendo de medo de encarar o meu mundo aos 22. Porque o mundo dos 22 é maior? Mas eu também sou maior né? 

Alguém me fala qual o botão que eu aperto para sonhar de novo? Como quando eu tinha 14 anos e queria ser dona de uma revista adolescente? Como quando eu tinha 15 anos e queria ir para o Oriente Médio cobrir a guerra do Iraque? E depois tudo ficou tão escorregadio... Será que dá para ser criança sendo adulto?

domingo, 25 de maio de 2014

"A única coisa mais inconcebível do que ir embora era ficar; a única coisa mais impossível do que ficar era ir embora. Eu não queria destruir nada nem ninguém. Só queria sair de fininho pela porta dos fundos, sem causar alvoroço nem conseqüências, e depois só parar de correr quando chegasse à Groenlândia."
Liz Gilbert
 



quarta-feira, 7 de maio de 2014

qual é a vida real então?

Sou uma pessoa apegada. Me apego a uma bolsa, a um local, a um restaurante, a uma pessoa, a um sorriso. Me apego. Porque quando algo faz o nosso coração bater mais forte e transparece no sorriso não há como e nem porque não se apegar. (ok, até pode existir uma série de porquês, mas não vem ao caso). 
Eu fui muito apegada a escola, a amigos e a rotina que levava. Porque eu era sinceramente feliz, simplesmente feliz. Nessa época me diziam que essa não era a realidade. Eu fiz amigos, dos quais alguns ainda estão por perto e tanto outros já se perderam no caminho. E são mais de 4 anos, mais de 500km. Mas se fosse fantasia, será que os amigos dessa época ainda estariam por perto? 
Bom aí eu pensei, ok escola, hora de dar tchau. Oi vida real! E fui para a faculdade. Então eu me apeguei de novo, a amigos, a casa, a um campus lindo. Porque não há como não se apaixonar pela Rural. E me disseram de novo, essa não é a realidade da vida. Espere até você começar a trabalhar e pagar suas contas. Eu estou trabalhando e pagando contas agora. E já experimentei todas as aflições de não ter dinheiro, poder ser demitida, andar com o carro na reserva, virar a noite estudando, trabalhar até muito além da hora, não ter tempo para comer no dia. Mas agora a faculdade está acabando e eu tenho a sensação de que nada foi real. Será que os amigos vão ficar por perto como os da escola? 


Então, onde fica a vida real? Será mesmo que tudo a gente vive até os vinte e poucos anos é tudo uma fantasia?
Um dia me disseram que os amigos que levamos para a vida toda são os da faculdade, porque eles vão te acompanhar em sua profissão. Desculpe, eu preciso discordar do "senso comum" e dizer que os amigos que levo para a vida toda são aqueles que me escolhem, que não desistem de mim, que insistem ao meu lado. 
Claro que a faculdade faz da gente outra pessoa. Claro que todas as pessoas passam e contribuem para isso. E claro que depois de terminar o curso a gente sai conhecendo um monte de gente com a mesma profissão que a nossa, no caso da Rural, gente que não é também! 
Mas e agora? Será que vai começar mesmo a vida real? Talvez já seja tarde para isso né vida? 


Talvez a minha vida real seja cheio de sorrisos, de amigos e de bons momentos. Talvez a vida real que eu construí seja conseguir continuar sorrindo mesmo quando o chão some em baixo dos meus pés. Mas as vezes as coisas ficam tão difíceis que até o habitual sorriso se torna uma dificuldade e a vontade é de ficar deitada na cama o dia todo. Mas a gente não tem uma vida de fantasia para manter? Ou é essa mesmo a vida real? 


quinta-feira, 13 de março de 2014

Seja Minas Gerais

Foi Carnaval. E eu morando no Rio de Janeiro e me mantendo aqui o verão todo com a cidade cheio de turistas e altas temperaturas tudo que mais queria era correr daqui. Não necessariamente para o lugar que fui, mas meu pai decidiu e a ideia era manter o feriado em família.
Então o roteiro inicial foi Ibitipoca, MG.
Ibitipoca é um distrito de Lima Duarte que fica mais ou menos 1h de Juiz de Fora. Depois que você chega em Lima Duarte, vá até o posto de gasolina, enxa o tanque de seu carro e vá ao caixa e saque todo o dinheiro que você pretende gastar durante o tempo que estiver no vilarejo. É, lá não tem posto de gasolina e nem caixa eletrônico. Em alguns estabelecimentos de alimentos ainda aceita cartão, mas são bem limitados, então não arrisque! Depois de fazer os procedimentos necessários para sobreviver no fim de semana embarque em uma estrada de terra chão batido por mais uns 40 minutos.
O vilarejo conta com mil e poucos habitantes de acordo com o senso do IBGE de 2010. Então, já pense que o lugar é pacato e tranquilo. Até demais eu diria. 
Mas enfim, chegamos no sábado de carnaval sem ter reservado nada e conseguimos alugar uma das casas da Dona Conceição, quem indicou para gente foi o seu Zé do Arame e quem nos falou dele foi um moço de uma loja de lembrancinhas. #reflitam
A casa era bem grande, mas a Dona Conceição fez um preço legal porque estávamos só em três pessoas. 
A atração principal da cidade é o Parque Estadual. 

Esse, tem alguns caminhos e vários lugares para conhecer. Nós, uma família sedentária e louca, resolvemos fazer o caminho mais longo, a Janela do céu. 16km. 
Dicas e relatos de viagens podemos encontrar em diversos blogs e sites especializados aqui na internet. A minha opinião pessoal é o lugar sensacional, super vale a pena os 16km mas o caminho é BEM (bem mesmo) pesado. 


Depois de morrer na Janela do Céu passar o dia em Ibitipoca, resolvemos seguir viagem para Caxambu, viajamos mais algumas 2 ou 3 horas até lá e conhecemos as águas ruins e consideradas medicinais. Diz a lenda que a Princesa Isabel engravidou depois que começou a beber as águas do Parque das águas de Caxambu.


O resultado de tudo é que foram os 5 dias de carnaval em terras mineiras e a conclusão que tive é que o mundo precisa ser mais Minas Gerais. E eu nem quero abordar sobre os caras bonitos! Isso nem assunto para esse post.
Gente, não há igual em nenhum outro lugar que eu já fui. É mais do que ser educado, é ser prestativo.
Porque em nenhum outro lugar que eu já fui as pessoas te atendem sempre sorrindo, te dão tanta atenção pessoal. Em nenhum outro lugar que eu já fui os donos dos restaurantes veem até a mesa e perguntam se está tudo bem, se estamos sendo bem atendidos. E claro que a comida eu nem preciso comentar né? A gente sempre encontra uns quilos em algumas esquinas por lá. Eu comi um café da manhã tipicamente mineiro (rosquinhas, suco de laranja, pão de queijo -com queijo de verdade-, café com leite e  famoso pão de canela de Ibitipoca -delícia-), caraaaa dos Deuses!
Em nenhum outro lugar que eu já fui as pessoas param o que estão fazendo para te ajudar a chegar em algum lugar, para te dar uma informação, para te levar onde você precisa se for o caso.

Enfim, depois de 5 dias cheios de Minas Gerais eu consigo ter esperança de pessoas boas no mundo, de um mundo bom. Porque, em minha opinião, o mundo precisa de educação para começar. E encontrar um lugar com pessoas prestativas... Ah isso seria quase uma utopia, se eu não tivesse vivido isso.

Então, na primeira oportunidade que você tiver, vá  Minas Gerais e tente levar um pouco  daquela prestatividade. Vá até a Minas Gerais e seja um pouco de Minas Gerais.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

A menina que roubava livros - o filme

Devo ter ganhado o livro logo depois que foi lançado em 2007 ou 2008. Desde então eu li inteiro pelo menos três vezes. Se tornou me livro de cabeceira, minha enciclopédia preferida, o amor da minha vida, a idealização de escrita. Eu não preciso dizer que o meu exemplar está todo marcado, grifado, pitando e um tanto quanto sujo.
Já contei sobre a história aqui (se você não conhece a história, leia o post antes de continuar esse texto por favor.) e hoje pretendo falar do tão (pelo menos por mim) esperado filme.

Fui ver no cinema domingo passado num dia de febre e garganta inflamada. Prometo que vou somente fazer a critica e não contar o filme, caso tenha algum caso de spoiller, eu volto e aviso antecipadamente.

Minha maior expectativa e claro, por consequência, minha maior decepção: a narração da morte
É o que particularmente mais me fascina no livro e por isso desde que eu soube que o filme seria lançado fiquei esperando por algo muito bom. Mas, o que é o destaque no livro não foi destaque no filme. Não sou roteirista e não tenho ideia de como desenvolver isso, mas esperava uma voz feminina, apática e com algumas passagens em específicas do livro como por exemplo algumas "verdadezinhas" que ela conta parando um momento da história. Eu realmente esperava essa pausa.

Minha maior surpresa: as atuações
Impecáveis é uma palavra que define muito bem. Especialmente da menina que interpretou Liesel (que desde o trailer era o meu "pé atrás". O olhar penetrante de todos eles foi algo que realmente me surpreendeu. O ódio, a esperança e a dúvida foram extremamente bem colocados através dos olhares dos atores, bem como "sentido" enquanto eu lia o livro. Apesar de também se decepcionar com a Rosa, porque eu esperava que ela fosse gorda como no livro, ela foi indicada ao Óscar, então me recuso a fazer qualquer crítica a sua atuação. :p

O cenário e os figurinos também estão muito bem colocados. Esperava a Biblioteca do Prefeito muito maior.

A adaptação do roteiro foi muito boa, o que faz com que o filme seja um bom filme, em minha humilde opinião. A história foi coerente e transmitiu com a linguagem cinematográfica a história e a essência que o livro pretende. Eu, como fã, tinha minhas cenas preferidas e algumas delas não entraram, óbvio! Mas não posso ser hipócrita o suficiente em falar que essas cenas que não entraram prejudicaram o entendimento geral do filme.

Conclusão geral é que vale a pena assistir, simplesmente pelo fato de que é uma boa história. E "quando a morte conta uma história, você deve parar para ouvir"


sábado, 1 de fevereiro de 2014

case-se

Um de meus sonhos de vida sempre foi casar-se. Julguem-me feministas e sociedade metida a moderninha. Sim, eu sempre tive o sonho americano de morar em um casa sem portão com um marido lindo, rico e médico e filhos gêmeos. Só não curto muito o animal de estimação porque ia dificultar minhas viagens. Mas não ligaria se alguém de minha família quisesse ter.
Essa semana eu li um texto sobre casar-se que me emocionou (leia aqui). Julguem-me pseudo intelectuais, eu também leio blogs fúteis de menininhas. Mas bom, fiquei pensando sobre o casamento. Na verdade tenho tido várias reflexões sobre relacionamentos depois que comecei a ler "Comprometida", c continuação de "Comer, Rezar e Amar" da querida Liz Gilbet.

Bom eu já morei em uma casa sem portão, então o sonho já foi metade realizado.

Antes de mais nada, se liguem na definição de casamento:
Significado de Casar (de acordo com esse dicionário online)

1. v.i. Unir pelos laços conjugais.
2. V.t. Dar em casamento: casar uma filha.
3. Fig. Juntar, unir, aliar: casar o útil ao agradável.
4. V.pr. Contrair matrimônio.
5. Juntar-se, unir-se.

Gosto especialmente da definição 3.

Casar é como dividir a sua vida com o próximo e comecei com minhas abstrações que o próximo pode ser um país, uma música, um cantor ou mesmo um amigo. Então o meu próximo lema de vida é: case-se.
Porque o casamento te ensina a dividir, a cooperar, a ceder, a reconquistar, a lutar, a acreditar, a pensar menos eu e mais nós. E talvez o mundo precise mas do nós.
E mesmo que tudo der errado, pelo menos você conheceu alguém ou algo. Pelo menos você aprendeu mais sobre o nós.

Mas a dica é casar-se várias vezes, com muitas coisas, lugares e pessoas diferentes e ao mesmo tempo. Case-se com data de validade, com contrato assinado podendo ser renovado depois de um tempo. Mas case-se, entregue-se como se fosse a última coisa que você pudesse fazer na vida. Vá morar na Groelândia porque você quer casar-se com pinguins, mesmo tendo certeza que odeia o frio. Então faça um contrato com os pinguins de 6 meses. E case-se. Assim mesmo, vá e dê tudo de si, vá e abra mão de você mesmo por aqueles pinguins. Case-se e não pense que o Brasil você poderia estar pegando uma praia com sol de 40 graus. Só se sinta feliz por estar casada com os pinguins.

Algumas pessoas de minha família são casada há mais de 25 anos e observando toda essa relação uma coisa que aprendi é que casamento é doação de todos os lados. Por isso eu preciso dizer o quão importante é o casamento. O mundo inteiro precisa de mais doação ao próximo.