quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

porque mudar no ano novo?

E mais um ano chega ao final. E mais uma vez as pessoas fazem sua listinha de pedidos e objetivos. E mais uma vez chegam promessas e acordos (que nunca são cumpridos). Não entendo porque esperar até domingo, primeiro de janeiro de 2012 para se tornar uma boa pessoa, ou cortar o refrigerante, ou ser mais otimista ou reclamar menos. Penso aqui com meus botões que se eu quero mesmo emagrecer devo começar hoje e não segunda-feira. Se quero ter uma vida mais alegre basta eu começar sorrindo para o meu vizinho amanhã quando sair para trabalhar, pela manhã. Se quero deixar de lado as brigas eu preciso ligar hoje para quem me magoou ou me ofendeu e esclarecer tudo, e pedir desculpas. Porque deixar para segunda-feira? Porque deixar para o ano que vem? Porque deixar para amanhã?
Então, nesse ano novo, quero acordar na segunda-feira dia 2 de janeiro exatamente com os mesmos propósitos de domingo dia 1 e de sábado dia 31 de dezembro. Meu desejo de ano novo são pessoas melhores, mais conscientes, mais atentas, mais lutadoras, mais esperançosas todos os dias. Começando por hoje. Meu desejo de ano novo é um mundo melhor todos os dias do ano.
Não espere o ano novo para ser melhor, não faça planos de ano novo que serão esquecidos duas semanas depois. Faça planos todos os dias, faça algo bom para o seu planeta assim que levantar diariamente da cama. Não espere o ano novo para começar a agir. 

Mais um ano, mais um mês, mais uma semana, mais um dia, mais uma hora, mais um segundo. Tudo muda o tempo todo, portanto não espere que o ano mude para fazer a mudança.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Quando parei de correr atrás

O ano acadêmico quase chega ao fim com gosto de PELO AMOR DE DEUS ACABE LOGO! Apenas mais uma semana, uma revista que precisa estar pronta, uma mostra de dança meio sem sentido para mim e uma nota boa na prova de sexta. Dezembro chegou e eu, imersa a tantos acontecimentos e afazeres nem percebi. Meu aniversário cada vez mais próximo e eu nem ligando.
Consegui ter cabeça para programar minhas férias em Campinas e marcar a passagem (chego dia 10/12). Entretanto, o mais espetacular de um semestre tão longo, difícil, curto e fácil não foi nenhum desses estresses e confusões (porque tiveram conflitos internos, brigas com a turma, problemas de todas as espécies). O espetacular foi que quando eu resolvi parar de me estressar, parar de correr atrás, parar de pensar sobre o futuro (e aceita-lo), parar de me envolver tanto e apenar observar foi quando tudo aconteceu. Quando eu parei de me preocupar os sonhos correram atrás de mim e ligaram em meu celular mudando meu futuro. Engraçado essa vida...
Agora, nessa última semana tudo que tenho pensado é que morarei em Santa Catarina de março a junho ou julho de 2012. Que estudarei tevê e cinema e espero ser muito feliz.
Acredito muito que as coisas acontecem quando tem que acontecer e que nada acontece por acaso. Talvez um tempo longe do mundo me fará entender muitas coisas, ou ficar mais confusas com elas. Essencial não é entender o mundo, mas aprender aproveita-lo e ser feliz. Talvez esse tempo longe do mundo me fará perceber o quanto eu amo o Rio de Janeiro, o quanto eu amo a Cia de Dança da UFRRJ, o quanto as pessoas que estão aqui ao meu lado são importantes. Talvez não seja nada disso e eu descubra que de fato estou no lugar errado.
Eu não sei, e na verdade nem quero pensar sobre isso. Não quero pensar que as pessoas farão falta, nem quero me despedir. Porque afinal vão ser umas férias e depois eu poderei ter a oportunidade de voltar e corrigir o que eu vinha fazendo errado. Ou não, talvez nada disso aconteça.
Só sei que estou feliz, muito feliz na verdade, como há muito tempo eu não ficava.

E a proposito, seguirei a ideia da minha amiga Analine, enquanto estiver como aluna de Mobilidade Acadêmica  estudando na Universidade Federal de Santa Catarina, usarei esse blog como diário de bordo, para que meus amigos possam acompanhar meu dia-a-dia catarinense. Na verdade, contarei todo o processo de mudança aqui também. Em fevereiro, procurai um lugar para morar. :)

Preciso voltar ao última semana de aula e aos intermináveis trabalhos acadêmicos

sábado, 26 de novembro de 2011

O Ballet de Moscou, dançando

Hoje, quase uma semana depois eu consigo colocar no papel o que vi domingo, 20 de novembro de 2011. Era uma sala de cinema, em um cinema de rua qualquer do Rio de Janeiro. Mas, em Moscou, do outro lado do planeta o melhor ballet do mundo estava estreando. E o cinema qualquer do Rio de Janeiro transmitia ao vivo. A sala estava lotada (de idosos a propósito) e quando eu cheguei o espetáculo já havia começado. Olhei para a tela, ainda na entrada do cinema e fiquei paralisada com aquele cenário maravilhoso, com aquela bailarina perfeita, com aquele figurino excepcional. A primeira reação que tive depois de alguns segundos (talvez minutos) olhando para a tela foi pegar o meu óculos na minha bolsa e obter assim uma imagem melhor. E depois de colocá-lo tudo, que já era perfeito, ficou de algum modo indescritível mais perfeito ainda. Meu pai me cutucou e disse que eu tinha que ir para a outra entrada da sala. Eu, ainda meio boba o segui. E depois de dar a volta sentei-me no chão, sem vontade nenhuma de olhar para outro lugar além da tela de cinema. Imaginem, eu estava NO CINEMA vendo BALLET. São só duas coisas que eu mais amo na vida! E o espetáculo continuava, continuava, continuava. E cada novo bailarino que entrava no palco, cada novo figurino que surgia eu descobria que as coisas poderiam ser mais perfeitas. Intervalo de 30min e eu fui atrás de alguma coisa para comer, depois de ver algumas entrevistas dos bailarinos. Com o palco ao fundo, com outros bailarinos “passando” a coreografia. Tudo tão filme! Com meu inglês precário consegui entender algumas poucas coisas que o primeiro bailarino do Ballet de Moscou falava. Ele disse que estava aprendendo muito com o ballet russo e estava muito feliz por isso.
No inicio do segundo ato voltei a sentar no chão, no cantinho, quando uma senhora estava saindo da sala e me perguntou:
- Você está sentada ai porque não tem lugar?
Eu respondi afirmativamente.
-Estou sentada no lugar tal e tal, lá no último, senta lá eu estou indo embora.
-Ah muiiiiiito obrigada – respondi com os olhos brilhantes.
E eu almocei um lanche, meio sem ver nem sentir o que estava comendo. Estava mais interessada no primeiro bailarino, vindo recentemente do EUA. Ele flutuava entre seus saltos no palco. Ah! E ele ainda disse que estava aprendendo!
E terminou, e eu pouco consegui falar sobre o assunto. Só idolatrei meu pai pelo resto da vida por ter me proporcionado esses momentos únicos. Só achei tudo maravilhoso, tudo muito lindo, tudo perfeito. E não conseguia dizer mais nada.
Me distanciando um pouco de toda magia, hoje, consigo dizer com toda certeza que foi a dança mais linda que já vi na minha vida. Percebi que a primeira bailarina do ballet de Moscou é uma pessoa humana, ela errou o tempo da música, na estréia!
Ainda consigo falar pouco sobre isso, só quem assiste poderá dizer o quão fantástico é aquilo. 

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Questionamentos Evangélicos

Aprendi desde que me entendo por gente que Deus existe. Muitas coisas acontecem em minha vida e no mundo cotidiano para que eu continue acreditando sobre isso. Talvez eu interprete tudo isso pela criação dentro da igreja evangélica, talvez eu tenha um pouco da caretice dos "crentes" e um pouco da rebeldia dos adolescentes que não tiveram escolha por conhecer o "amor de Deus" desde que nasceram. 
Leio poucas coisas sobre o assunto e concordo sempre com a maioria delas. Seja no âmbito dos "ateus ou católicos" seja na defesa dos "evangélicos". 
Acredito sim que o esforço do ateu em provar que Deus não existe com certeza tem algum fundamento em dizer que ele existe. Acredito também que as igrejas evangélicas praticamente viraram lojas que expõe seus produtos de "vida feliz".
O meu maior questionamento hoje em dia são na verdade sobre as doutrinas da Igreja. Sim, com letra maiúscula, significando a instituição. Porque será que se eu fui uma pessoa boa a vida toda, amei o próximo como a mim mesma mas não frequentei a igreja todos os domingos a noite eu não mereço ser salva? Será que se eu fizer uma tatuagem no corpo eu deixarei de ser filha de Deus? 
Sem falar na interpretação da bíblia. As doutrinas precisam ser baseadas no contexto histórico em que se vive. Um século antes de Cristo era comum a mulher usar saia (assim como os homens). Isso não vai me impedir de usar uma calça jeans hoje. Ou mesmo um short curto. 
Para mim a Igreja deveria ser um lugar para que os "fiéis" se reunissem, virou uma lojinha de shopping, onde os donos ficam discutindo quantidade de público e lucros. 
E, para mim, Deus seria um Pai muito carrasco ao mandar um filho para o "inferno" porque ele foi para uma balada no final de semana. Ou, porque ele ingere bebidas alcoólica as vezes. Esse é outro ponto que me irrita: "Não posso fazer isso, minha religião não permite!" "Não posso falar isso, minha religião não permite." "Deus não vai deixar isso acontecer." Ah, fala sério! A "religião" não pode e não deve prender ninguém. O amor de Deus é muito maior que uma palavra não dita. E, se você faz contas meu bem, Deus não irá pagalas para você! Deus costuma agir no impossível. A vida é muito maior do que uma igreja e uma religião. Deus é muito mais que isso. 
Tenho certeza que Deus se mantém ao meu lado, que Ele é o único. Mas... não acredito na igreja. Em nenhuma delas por hora.



domingo, 6 de novembro de 2011

parei e configurei tudo novo de novo

E mais uma vez minha cabeça se enche de devaneios.
Tenho certeza de tudo isso está valendo a pena, mesmo que seja apenas pelos momentos vividos, pelas pessoas encontradas e pela dinâmica do saber. 
A maior questão: Será que está sendo o suficiente? Será que está sendo o melhor? Será que dará o resultado esperado, mesmo que a longo prazo? Bem longo por sinal. Cada vez mais longe, cada vez mais perto. Cada vez mais confuso.
Só decidi parar de pensar, decidi fazer o máximo para não planejar, decidi esperar que a vida me mostre o que é o melhor para mim. Decidi que chegou a hora de focar no cuidado de meu jardim e para de correr atrás de borboletas. 
Decidi que chegou a hora de dar importância para quem tá ali te ajudando. Afinal eu não faço tanta falta assim, porque quem DE FATO faz falta para mim? (posso contar, no máximo, com os dedos das mãos) E por mais que pareça que o mundo vai acabar quando alguém não for estar por perto, a gente sempre sobrevive. E permanece por perto apenas quem se esforça para isso.
E, principalmente, permanece perto de mim somente aqueles que tem paciência de entender uma mente cheia de conflitos.

Vale a pena viver, sem se preocupar muito, sem sentir muitas mágoas, vale a pena viver perto daqueles que também acham que vale a pena ter você por perto.
E que anseiam por isso, e que se importam com isso. (estar por perto)

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Brasileiros indecisos. Uma opinião sobre o Enem

Sinceramente, eu não consigo entender os brasileiros.
Ouvi durante toda a minha vida escolar no ciclo básico que os vestibulares eram injustos, desumanos, dificílimos. Sempre ouvi dizer sobre o exemplo americano no processo de seleção para um aluno ingressar um uma Universidade. Prova unificada para todos os estudantes, documentação e histórico escolar. (ou algo semelhante a isso).
Ok, então vamos lá unificar todo o processo também queridos brasileiros... E três anos depois, quando quase todas as Universidades Federais e Projetos de bolsas de estudos usam a “prova de unificação” para que os alunos ingressem e iniciem o curso de graduação, todo mundo se revolta e pede de volta os vestibulares injustos e desumanos.
Em 2009, quando passei pela fase “pré vestibular” teria matado o cara que roubou a prova do Enem só para mostrar o quanto sistema do governo tinha falhas. Eu havia estudado um ano inteiro e tinha me preparado e me programado para a prova naquele fim de semana. Depois, ela foi remarcada e tudo correu (relativamente) bem. Sim, eu sou uma aluna aprovada pelo primeiro ano do Sisu.
Acredito que unificar o sistema de avaliação no vestibular é o primeiro passo para uma melhora na educação. Falhas, erros, problemas, isso é inevitável, considerando a dimensão da prova. Sabe por que não há falhas no vestibular da USP (considerado um exemplo de organização para todo o país)? 146.885 estudantes realizam a prova (em 2012). 4 milhões de alunos fizeram o Enem em 2010.  Eu sei, não se justifica o fato, a prova precisa ser feita com mais cuidado e com mais zelo pelo governo brasileiro.
Ainda assim, são apenas três anos, e acredito que as coisas devem ir se colocando no lugar. A unificação dos vestibulares federais permitiu o acesso de muitos brasileiros, que antes não podia sequer sonhar em estudar em uma instituição publica e de qualidade.
Não entendo as revoltas, não entendo o problema geral do Enem. Não entendo os brasileiros sempre insatisfeitos. Não entendo a falta de valorização dos programas nacionais. Não entendo a falta de colaboração e a falta de tolerância com o Estado. Temos sim que lutar por uma educação melhor, temos sim que lutar por ensino de qualidade. Mas, em principio é necessário rever as prioridades e os frutos de novos programas.
Essa é uma das questões positivas

sábado, 22 de outubro de 2011

essa semana passou.

Ontem, num momento sozinha e sem muito o que fazer, comecei a escrever um post para o blog em meu moleskine. E tanta coisa aconteceu essa semana, e eu tive tantas ideias que poderia ter atualizado aqui todos os dias se o dia tivesse me cedido mais umas 2h pelo menos. É, talvez um dia com 30h seria quase perfeito essa semana.
Reproduzirei aqui o que consegui rabiscar por ai.

De 17 a 21 de outubro de 2011 aconteceu simultaneamente a primeira semana acadêmica de Curso de Comunicação Social da UFRRJ (Comunicar) e a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT). Foi uma longa e cansativa semana. Durante o dia eu procurava e cobria os eventos da SNCT e a noite eu fotografava e assistia as palestras da Comunicar. Os dias foram inspiradores, enquanto as noites foram desestimulantes. É, aparece novamente a questão: "Meu Deus, será que é isso mesmo que eu quero?" Tudo que foi dito deveria ter me animado, deveria ter me dado forças para continuar, deveria ter... não, não teve nada. A cada palavra vinham mais e mais duvidas e mais questões. Não consegui por hora tirar nenhuma conclusão sobre as palestras, descordei de algumas coisas, concordei com outras, não entendi tantas outras. Ao mesmo tempo que eu cobria eventos, entrevistava pessoas, aprendia coisas diferentes e me sentia feliz e completa.
A SNCT foi divertida. E cada vez mais eu venho me aproximando desse mundo acadêmico sem ao menos perceber isso. Ou não... Talvez seja apenas uma empolgação e uma fase sobre coisas novas.

E os pensamento se esgotaram. E minha cabeça ficou em branco. Não sei se foi de fato a Comunicar que me desanimou. Não sei se a SNCT me animou mesmo. Eu fiquei cansada. E ainda tenho poucas certezas sobre essa semana. Que passou.
Muita coisa aconteceu ao mesmo tempo e por mais que eu tente não consigo expressar uma opinião sobre cada uma delas. Todas estão entrelaçadas e confusas. Sei que tem algo errado. Sei que tem algo que me incomoda. Em todos os lugares daquela Universidade, sempre tem um incomodo com algo. Entretanto eu ainda não sei dizer qual é o problema. E essa semana, que eu andei tanto por ali, talvez esse incomodo invisível tenha me sugado, tenha me consumido. Na sexta feira o incomodo já tinha se tornado uma irritação.

o fone de ouvido resolve o problema da irritação. ele resolve todos os problemas sempre.

sábado, 8 de outubro de 2011

Nova Infância

Talvez pela proximidade do Dia das Crianças lançou-se nas redes sociais algumas campanhas contra a violência infantil, a favor da criança na escola e toda essa coisa de sempre. Claro que campanhas de conscientização são importantes, o efeitos delas é discutível, mas não vem ao caso.
Eu, particularmente não coloquei em minha foto do perfil a imagem de um personagem infantil. Não por não apoiar a causa, mas por achar desnecessário. Não critiquei quem colocou. Cada um com sua liberdade de expressar-se.
O que já tem me causado incomodo há mais tempo é a ladainha histórinha do "Fui criança e não ti tive Ipod, Ifone e blábláblá..."
Tudo uma questão de ponto de vista e respeito. Cada geração marca sua infância de uma forma, com um brinquedo ou com sua tecnologia atual. Eu fui criança, pulei elástico, brinquei de esconde-esconde e tive um bichinho virtual (ou tamagoshi, se preferirem). Meu pai foi criança e brincou de guerrinha de mamona e de caçar vaga-lume. Meus filhos com certeza serão crianças e brincarão com um Play10 quem sabe... O que não significa que a minha infância ou a do meu pai foi melhor...

Cada um aproveita o que tem, e o fato de uma criança crescer com um Ipad ao invés de um caderno de desenhos não significa que ela será mais triste ou que ela não aprenderá a desenhar. O fato de uma criança assistir Bem10 ao invés de O fantástico mundo de Boby não significa que ela se tornará mais violenta. Até porque a brincadeira do momento na infância do meu pai era guerra de mamona e isso não o fez uma pessoa violenta.
Sou a favor do video game e do Ipad. As crianças aprenderão a correr e brincar no pátio da escola ou na quadra de seus condomínios fechados. Não é o fim do mundo, acalmem-se, as criancinhas chatas do meu condomínio brincam de Elefante colorido (ou Rio Vermelho, como preferirem) quase todo fim de semana! Elas correm, andam de bicicleta, gritam bastante e me irritam o suficiente para eu saber que elas não permanecem o dia todo em casa jogando qualquer um dos seus video games super potentes.
Eu fui feliz em minha infância 90 com Tázos, Pokemón, Chiquititas, Kinder Ovo, Doug, Super Mário, entre tantos outros.
Deixem que a infância 2000 sejam felizes com seus video games e Ipads...

sábado, 1 de outubro de 2011

Mais uma vertente da profissão

Cada vez eu me apaixono mais.
Cada dia eu tenho mais dúvidas.
Cada momento eu tenho mais certeza de é que é isso que eu quero para a minha vida toda.

21 de setembro de 2011. Poderia ter sido qualquer outra quarta-feira comum de festas na Rural. Mas eu me levantei cedo, fui até o centro do Rio de Janeiro com a Letícia, montamos uma fantasia para ela, fizemos um lanche rápido e mal feito e fomos encontrar o novo professor de fotografia junto com um grupo de futuro jornalistas ruralinos no bairro da Glória.
Na verdade, pouco importa o que aconteceu até a chegada na Rádio Globo. Fascinante foi o que aconteceu lá dentro. Toda a galera estava muito animada com a visita, disso não há duvidas. Mas a maioria das pessoas que estavam ali (eu, principalmente) não faziam noção da magia do rádio.
Entramos e acompanhamos a principio uma gravação que seria colocada mais tarde. Depois fomos para outro estúdio e pudemos assistir toda a transmissão do programa que rola na rádio Globo das 13 as 15h na quarta.
Na verdade não aconteceu nada de muito diferente, foi uma transmissão animada, divertida. Acompanhamos a mesa de som por alguns momentos, a dinamicidade de como tudo acontece. Ao final do programa teve a sessão de fotos e depois uma volta pelo prédio da rádio.
O que mais me encantou no passeio não foi o que fizemos ali, foi a tensão e a apreensão que rola na hora do programa. Foi o dinamismo e a falta de rotina com que tudo acontece. Tudo exatamente cronometrado, precisa dar tudo certo, a coisa acontece na hora e não há como corrigir. Não há margem para erro.
E pesando bem, características que sempre prezei para o trabalho... falta de rotina, agilidade, tensão, instantaneidade.
Como sempre, eu dificilmente poderei explicar aqui o sentimento de acompanhar um programa de rádio. Eu sempre tento escrever coisas que não podem ser escritas. Não sei porque nem como, mas simpatizei com o lance do rádio. Gostei de ter contato  com ele.

ps. o lance mais legal é essa ai da mesa de som. *-*

domingo, 25 de setembro de 2011

Rock (?) in Rio

Me considero uma pessoa eclética. Ouço muitos tipos de musica, caminho por várias tribos e conheço tipos de diversos de pessoas. Sem demais pré-conceitos, sem demais conceitos formados.
Entendo de música bem menos do que gostaria, seja por falta de interesse ou por pura preguiça mesmo. Costumo ouvir tudo que me indicam ou que se faz disponível. Eu gosto do resultado final do som e pouco me importa sobre quem o fez. Simplesmente a arte pela arte.
Tenho preferencias e elas com certeza desempenham influências sobre meu modo de pensar e de ouvir o mundo. Gosto de Claudia Leitte, Capital e Ana Carolina. Incoerente (ou não) eu sei...

Fato é que eu fui no Rock in Rio e vi Ed Motta, Sandra de Sá, Paralamas, Titãs, Maria Gadú, Claudia Leite, Katy Perry,  Elton Jonh e Riahna.
Durante o show vi muita gente falando mal, principalmente de Claudia Leitte. Particularmente achei que ela foi infeliz na escolha de seu repertório. Ela poderia ter levantado muito mais a galera e tivesse optado por cantar musicas antigas (e por consequência) conhecidas. Mas não foi isso o que mais me incomodou. O que chegou a me tirar do sério foram pessoas falando mal e boicotando o show. Ninguém foi obrigado a estar ali. E 99% dos que estavam até pagaram para entrar, sabendo exatamente quem cantaria e que ordem isso aconteceria. Se não estava satisfeito com o que estava acontecendo no palco por que ficar ali por perto então? Por que não ir até a Rock Street e fazer um lanche? E por que tanta implicância com uma cantora nacional (que não canta rock) quando a maioria dos shows também não foi de rock? Porque, assim, a Rihana cantou qualquer coisa menos rock e não foi nem um pouco criticada pelo publico. Ah! Ela não é brasileira, esqueci do detalhe que os brasileiros não gostam de sua própria música e de seu próprio país. Mas claro que no momento que alguém lá em cima fala que somos terceiro mundo, todos mundo se ofende. (Pouco) hipócrita não?
Não reclamei sobre o fato do festival ter alguns (a minoria) cantores que não são de rock, afinal de contas a minha concepção é que se trata de um festival de musica e não um festival de rock. Apesar de já ter sido (um dia) um festival de rock. E talvez o nome seja apenas para manter um tradição, ou qualquer coisa do tipo. Não tenho uma opinião formada sobre o marketing que rola por aí...

Essencial seria que roqueiros, no mínimo, respeitassem os demais tipos musicais. E que fosse reciproco.
Essencial seria que o brasileiro desse conta de sua (rica) cultura e aproveitasse esse tipo de evento para mostra-la ao mundo.


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Agora eu Entendi Tudo

As vezes eu ficava pensando no passado. As vezes eu ficava forçando para que as coisas voltassem como antes.
Voltou o Necom, li Deleuze, passei uma sexta em Campinas entre amigos e entendi tudo.

As coisas sempre acontecem por algum proposito e elas sempre acabam. Não adianta a gente achar que um dia vai ter uma vida legal como planejamos porque vivemos um "devir" (leia Diálogos, Deleuze) num momento qualquer. Não adiantar forçar e tentar controlar tudo ao redor para fazer com que as pessoas que amamos permaneçam ao nosso lado. As coisas vão mudar sempre, considerando que o presente é sempre a mudança, a transição, o movimento.
"Nenhum homem entra duas vezes no mesmo rio. Porque o rio sempre se movimenta e o homem sempre muda."
Amor nós temos de uma noite, de uma semana, de um mês ou quem sabe de uma vida inteira. E o grande lance é saber aproveitar e viver o instante do devir, o instante do presente. O grande lance é saber amar naquele instante, de cabeça e por completo. Porque depois passa. E depois a gente entende que nada vai ser igual. E depois a gente percebe que não demos lutar para que seja mesmo. Não porque eu ou você desistimos de tudo isso, mas simplesmente porque mudou, porque tinha que mudar.
Saudades é um sentimento que permeia o homem em toda a sua vida e o que descobri foi que ela precisa estar presente. E que o fato de ela existir não significa que devemos fazer com que tudo aconteça de novo para que ela se acabe. Pelo contrário, é melhor mudar tudo e não voltar atrás, é melhor deixar a saudade lá gritando.
As pessoas vão e vem, e a vida passa.
A gente encontra e desencontra. O destino e o futuro não são algo que de fato podemos controlar.
Entendi tudo mesmo sabendo explicar pouco sobre tudo isso. Me senti feliz porque tenho plena certeza de que vivi o devir. Tenho plena certeza que sentirei saudades sempre. E isso significa que houve algum tipo de transformação ali, e que mudou tudo.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Bienal, doce Bienal

Tentei de diversas formas escrever. Tentei fazer algumas milhares de comparações. Só agora consegui entender que a Bienal do Livro para uma apaixonada por literatura como eu não pode ser descrita em apenas um texto. A Bienal é de muitas histórias, de muitos momentos, de muitos sorrisos inesquecíveis.
Só agora entendi que eu jamais conseguiria descrever 9h dentro do Rio Centro em apenas uma história.

Depois do almoço começou de fato o passeio. E é incrível como tudo isso ainda me fascina. Como todo esse mundo é tão difícil de ser explicado. Três pavilhões com mais mais de um milhão de livros. Andar por ali era como estar sob efeito de alguma droga, de algum anestésico. A vontade incontrolável que eu tinha era de comprar absolutamente tudo que eu via pela frente. Tá, isso foi um pouquinho exagerado, mas a vontade que eu tinha ao ver um livro de R$ 3,00 de um assunto que poderia me interessar era certamente essa. Claro que eu sei controlar meu espírito consumista e ser racional o suficiente para comprar o que valia a pena e o que eu tinha certeza que me faria feliz depois.
A maior questão é que naquelas horas que passei ali dentro não consegui senti absolutamente nada além da vontade louca de estar ali. Eu ficaria a vida toda olhando cada estante daqueles estandes. Eu leria cada sinopse de cada livro só para saber que eles existem, para conhece-los e poder compra-los e lê-los depois, um dia.
Talvez seja uma comparação esdruxula demais, mas foi quase como entrar em um campo de futebol e ver seu time arrasando. Foi quase como ver a banda favorita cantando e apontando para você. Talvez até a Bienal, ou, os livros, sejam a minha banda favorita. E cada autor ali represente de alguma forma um cantor com quem eu me identifique. A questão é que não é um gostar que possa ser explicado. (como se algum gostar pudesse! ¬¬) Não quero entrar no âmbito gosto, por não ter muita certeza sobre como argumentar sobre o assunto. Fato é que gostei, que gosto, que me faz bem, que me faz feliz. Feliz de um modo que não se explica, feliz de um modo doentio. Feliz, simplesmente feliz.



O dia passou sem que eu se quer percebesse. Eu andei muito, olhei muitos livros, e só me dei conta de que minhas pernas não estavam mais respondendo quando as 18h minha mãe disse que não aguentava mais andar. Então paramos um pouco e logo depois retomamos, ainda faltava a fila de autógrafos do Ziraldo (que vai vir em uma outa história)!
Só as 21h senti que precisava parar, que era hora de ir para casa, que eu já havia me divertido mais que o suficiente para uma mortal em um dia só. Sai do Rio Centro com três novos livros que poderei chamar de meu. Para alguém que tem um mini biblioteca em expansão em casa foi pouco, claro. Mas sai feliz, como uma criança que ganhou o seu doce preferido. (o que não deixa de ser, com certeza) Na verdade o que importa não são os livros que levei para casa e sim o contato que tive com todos os outros ali. Os que vieram morar comigo são apenas uma consequência de um dia como esse.



Por mim eu moraria os 11 dias de Bienal no Rio Centro, não para comprar livros, mas para ficar entre eles. É uma pena que precisar ser uma pessoa sensata e não poder fazer isso. É a Bienal passou contraditoriamente rápida considerando o tempo que ela demorou a chegar. Tchau Bienal, querida. A gente se vê em dois anos! :)

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Inspiração, cadê você?

Não, eu não abandonei o blog.
Até tenho entrado com frequência aqui. Olhado, lido. Mudado um coisa aqui outra lá. 
E não que minha vida tenha parado. Tem até bastante coisa acontecendo ao mesmo tempo. A Bienal esse fim de semana foi ótima! 
Mas, a inspiração do lado de cá resolveu tirar férias sem aviso prévio.
Parece que as palavras ão são suficientes para descrever o que precisa ser dito.
Tantas palavras e expressões no mundo, tanta coisa acontecendo, e alguns códigos não tem sido capazes de dizer o que bate dentro do meu coração.
Desculpe, as palavras se calaram, elas não querem me contar o real motivo dos acontecimentos e menos ainda o sentimento que por eles se misturam. 

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Dia do Estudante


as 23:45 do dia 11 de agosto.


Eu não gosto dessa coisa de "datas especiais". Parei de vê-las como de fato especiais a partir do momento que percebi que as coisas mais especiais de nossas vidas acontecem em dias comuns. Entretanto eu não resisti... Falar sobre educação no (glorioso?) "Dia do Estudante" me pareceu algo propício, até pelo fato de que todos já fizeram seus cometários durante o dia.
Minha única certeza sobre o assunto: A educação (dessas que a agente recebe na escola) precisa SIM ser reformulada, o governo precisa em PRIMEIRO lugar investir nela. Se trata da base de todas as outras coisas. Minha concepção é que se temos uma BOA educação básica, teremos  um bom país, com bons cidadãos, com bons políticos e com bons profissionais.
Não que o investimento da saúde não seja importante, mas, quem vai formar um bom médico se não a professora que lhe deu aula na primeira série? Não que investimentos em moradia também não seja importante, mas, quem vai formar um bom engenheiro se não aquele profissional que lhe ensinou a fazer contas na segunda ou terceira série? Quem vai formar um professor para dar aula para futuros médicos e engenheiros se não um outro professor?
As crianças vão para a escola aos 6 anos, sem referencia nenhuma de adultos ao não ser seus próprios pais, que podem ou não terem cumprido seu dever como tal. Cabe ao professor se colocar a disposição e a referencia dessa criança indefesa que saiu de casa pela primeira vez com intuito de estudar. Mesmo sem saber o que é ser um estudante, a criança sabe que isso DEVE ser uma coisa boa, caso contrário, seus pais (que supostamente) o amam tanto não lhes teria mandado para aquele lugar.
Entendam, eu não estou sendo alienada e dizendo que o resultado para todos os problemas do mundo é a formação de bons professores e o investimento em educação, mas com certeza a maioria desses problemas se neutralizariam se tivéssemos no mínimo consciência sobre a importância dos estudos na vida das pessoas.
Tenho uma teoria de que político nenhum tem realmente interesse em melhorar a educação básica. Porque se isso acontecer, a longo prazo talvez as pessoas entendam que aqueles que estão "no poder" não valem nada e os expulsem de lá. Mas isso é apenas uma teoria boba e sem importância.
Algumas coisas ainda permanecem em dúvida em minha cabeça. Muitas vezes, eu como estudante de graduação me pergunto porque eu estou me empenhando tanto em uma Universidade Federal quando um cara que pede dinheiro no sinal vai possivelmente ganhar a mesma coisa que eu depois de formada. Mas talvez a essência do estudante não seja mesmo ganhar muito dinheiro, seja fazer a diferença no mundo de alguma forma. Nos dias de hoje ser um estudante é um desafio, assumir esse papel é dificultoso e problemático. Eu não vou entrar no caso inversão de valores, não tenho certeza sobre tal assunto. Fato é que escolher estudar é muito mais escolher ser do ter.
Afinal de contas tivemos um presidente sem diploma universitário, temos um dono de televisão sem uma graduação e há pouco tempo assistimos um filme baseado na vida de uma prostitua milhonaria. Não estou dizendo que tais "personagens" não tiveram sua luta, o que quero dizer é que todos eles tem muitas coisas. Um universitário que vive longe da família (mesmo que de segunda a sexta) aprende muito mais sobre o ser, sobre amigos, sobre a formação de seu caráter e a educação que seus pais lutaram para lhe dar. Um universitário que trabalha o dia todo para pagar uma faculdade aprende muito sobre o ser quando tem que deixar de tomar aquele sorvete no sábado a tarde para não faltar na mensalidade da Faculdade no fim do mês.
E mesmo durante o ensino básico, escolhe-se ser um estudante. Escolhe-se levar a sério o que está sendo ensinado, escolhe-se respeitar e admirar seu professor pelo lindo trabalho que ele faz.
Concluo dizendo a vocês que escolher ser um estudante está muito além de conhecer para ter um vida melhor. Escolher ser um estudante é aprender sobre o ser e conhecer pelo prazer de saber sobre as coisas. Não é para qualquer um, talvez até você não escolha, seja escolhido.
Feliz daquele que tem prazer em estudar e saber que é através desse saber que vai se construir um ser que é diferente de todos os outros e que vai fazer a diferença sobre eles.

as 00:19

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Mas e o tempo...

por Mariana Dias, quarta, 20 de abril de 2011 às 17:39

Eu fico refletindo sobre o tempo. Todo mundo diz que ele é a cura para tudo. Todo mundo sempre me disse que ele resolve tudo. Eu sempre tive o tempo como algo soberano, que está além de todas as coisas. Só que quando pude conviver com ele de perto, percebi que o tempo não cura nada, que o tempo não é responsável por nada. A vida passa a ser intensa e efêmera. Pelo pouco que tenho aprendido a efemeridade é muito mais poderosa que o tal tempo. Sinceramente acho o tempo um cretino.

uma nota do encontrada perdida no FB.

Quadro: O Tempo, de Salvador Dali

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

a inconstância da vida

Uma notícia me deixou indignada semana passada. Não pela notícia em si, mas sim pelo modo triste como foi transmitida. Fiquei indignada porque em meus pensamentos isso já era um fato. Entretanto eles precisavam ouvir o médico dizer isso. Depois da indignação chegou o incomodo, medo, necessidade de tomar uma atitude de mudar algo que não se pode ser mudado.
Comecei a ler sobre o assunto e não achei o que queria. Eu queria que alguém me dissesse que conseguiu vencer a doença, que está conseguindo pelo menos lidar diariamente com ela. Mas tudo que eu encontro para ler são sintomas, explicações médicas simplificadas e relatos de morte. E quanto mais eu lia, mais desesperada eu ficava. 
O que me fez refletir sobre a inconstância de nossa respiração, de nosso corpo, de nosso humor, de nossas vidas. Podemos acordar bem e ter um ataque cardíaco sem aparente justificativa. E as vezes eu acho que é melhor morrer assim. Sofrer de uma doença degenarativa é como se despedir da vida a cada manhã e ao mesmo tempo sentir seu corpo se deteriorizando a cada noite. 

Ainda há muito o que ser lido e pesquisado sobre o caso. Ainda haverá muitas reuniões e discussões chatas em família. Mas será mesmo que ainda há muito tempo?
Estou assustada, só agora percebi que precisa ser feito alguma coisa. Não sei o que mudou, porque eu já sabia que a doença existia, mesmo antes da médica ter dito, mas mudou alguma coisa. 
Não sei se pelo meu avô, para polpar o sofrimento de minha mãe, ou se por ambos, mas alguma coisa realmente precisa ser feita. 

Li hoje: "Minha mãe foi virando um vegetalzinho..." Tentei imaginar a cena... Assustadora demais essa doença. E fica pior ainda quando você percebe que ela está dentro de sua família.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

são esses...

1 ano, 5 meses e 1 dia. Tempo suficiente para reconstruir uma vida. Tempo suficiente para aprender costumes, gestos, falas, Tempo suficiente para adquirir confiança, conhecer e entender pessoas.
Hoje eu preciso reconhecer para mim mesma que é SIM tempo suficiente para ter conquistado amigos. Desculpe-me a contradição. Nos últimos meses tudo que tenho falado é da falta que amigos me fazem. Nos últimos meses tudo que tenho feito é reclamado para quem quer ouvir que não me sinto inserida e que amigos são só os que estão há 600km de distancia.
Resolvi parar de ser hipócrita. Cansei de ser vítima. Resolvi olhar para minha realidade e aceitá-la.
Aceitei que todas as pessoas são diferentes e que por mais que seja tudo que eu quero eu nunca vou encontrar amigos como os que tenho em Campinas. Entretanto percebi que isso não vai impedir de que eu encontre amigos. Desculpe-me isso parece obvio demais, todavia, só agora consegui admitir e entender. E, acho... melhor, tenho certeza, que esse que agora chamo com toda convicção de amigos precisam de um reconhecimento.
Foram as duas semanas mais corridas, intensas, e difíceis que eu tive esse período e todas as pessoas que convivem comigo diariamente na Rural não participavam de tudo que eu precisava fazer. Cada uma estava no seu mundo particular de final de período e eu estava em vários mundos ao mesmo tempo. No final dessas duas semanas eu percebi o quanto esses que convivo diariamente me ajudaram, estiveram ao meu lado e fizeram muito mais do que sua obrigação.
Limparam minha parte em casa, estudaram para Teoria II comigo dentro de um Teatro, me ouviram reclamar e me estressar, me aguentaram falando loucamente da prova de carro, se  preocuparam em pensar em mim durante a prova, me abraçaram todas as manhãs de cansaço,  sorriram e me deram um "Bom Dia" carinhoso que na maioria das vezes me desarmava do estrese, entregaram trabalho, me obrigaram a comer, me levaram doce, me mandaram dormir cedo, me emprestaram computador e internet... Eu poderia listar quantas outras coisas aqui, coisas que somente amigos fazem uns pelos outros.
E não há como agradecer, não há como demostrar, não há como explicar. Eu apenas me sinto na obrigação de pedir desculpas por ter demorado tanto tempo a perceber o quanto você se tornaram essenciais em minha vida. Com certeza se eu não tivesse amigos por perto eu não teria conseguido sobreviver a essas duas últimas semanas... Obrigada, Obrigada, Obrigada.
1 ano, 5 meses e 1 dia. Talvez eu ainda sinta falta, talvez eu sinta saudades para sempre. E é claro que as vezes tudo que eu vou querer são meus amigos de Campinas por perto. Eu sei que ainda há muito o que superar, eu sei que ainda há muito o que aprender. Hoje, eu consigo ver amigos ao meu lado, tudo muito diferente do que eu sempre tive, mas ainda assim amigos. E eu tenho me tornado quem eu sou graças a vocês... Obrigada Amigos Ruralinos! E isso é tudo que eu consigo dizer, mesmo não dizendo quase nada. O maior fato é que são vocês e que palavras são pequenas demais para explicar esse tipo de sentimento.

ps. eu não vou citar nomes nem colocar fotos, posso estar sendo injusta com alguém. Todos vocês sabem que me ajudaram de alguma forma. :)

sábado, 2 de julho de 2011

Silêncio que grita

Uma palavra não dita. Um silêncio, que gerou outro silêncio, que gerou outro silêncio maior.
Conforto, menos problemas, desconforto. Como se algo tivesse faltando, e de certa forma, é claro que falta, faltam as palavras!
Entretanto eu descobri que as palavras não dizem quase nada. Eu descobri que o silêncio grita. E gostei dele.
O silêncio é incomodo, é inquietante.
Lembro-me uma vez de dizer em um caderno de memórias que o silencio me incomodou, porque eu desesperadamente gostaria que o sujeito gritasse em meus ouvidos, e ele não o fez. O silencio, na época, me feriu muito mais do que o grito.
E quando essa história toda de silêncio começou talvez tudo que eu quisesse era ferir alguém. As pessoas são diferentes, eu não consegui. O resultado foi o incomodo. Incomodei.
Desculpe-me eu tenho tentado muito falar, reclamar e resolver. Só que eu descobri que o silêncio grita, incomoda e vicia. Vicia. Vicia. Eu já não sei mais viver sem ele por perto e tenho tentado de todas as formas faze-lo ficar longe.
Silêncio. Incomodo. Gritaria. Incomodo do outro lado. Distancia. Silêncio. Vicio. Silêncio. Uma discussão bêbada. Um bem estar momentâneo. Baú. Silêncio. Incomodo.

Se não ficou claro, eu vou tentar ser mais direta. Acontece que uma amizade precisa ser reciproca. E antes que eu continue, me sinto na obrigação de definir "amizade" por se tratar de algo tão abrangente e amplo.
Amizade, na minha concepção, é aquele sentimento que você sente por uma pessoa e que te obriga a compartilhar tudo ao lado dela. Inexplicavelmente. E isso define tudo. Ou, talvez não defina nem metade do que realmente significa. Ou talvez nem seja nada disso. Nem precise ser reciproca, nem precise dividir nada.
Eu estou tentando ser clara, eu juro! O causador de todo um silêncio foi a ausência de uma atitude. Bajulação? Sentir falta de casa para mim é saudade, não drama. Ou, talvez nunca ninguém entenda isso... Porque agora minha casa é aqui e toda aquela merda toda aquela ladainha de sempre.
Plenamente certa eu certamente não estou. Afinal, ninguém é dono de verdade nenhuma. E talvez eu tenha exagerado, ou esperado demais, ou colocado muita fé, ou depositado muita confiança, ou, ou, ou... Talvez.
E as vezes tudo que eu mais queria era ter minha casinha de quarto e cozinha. Mas, na verdade eu só queria ter de volta a amiga que dividia essa casa comigo. Na verdade, a que divide o quarto comigo atualmente eu nem sei quem é. Desculpe-me, eu tentei, sinceramente, não com todas as forças... O silêncio me impediu, a paciência sumiu e, bom eu não também não sou muito de bajulações.

ps. eu sei que o blog é secreto e que eu não deveria ter lido, mas foi apenas um acaso. desculpe-me, mas eu precisei responder da mesma forma que recebi.

sábado, 18 de junho de 2011

A magia da grande cidade

Dia desses estava eu em um ponto de ônibus esperando por um amigo. A noite começava a chegar e a chuva insistia em cair. Sozinha e sem muito o que fazer passei a reparar nas luzes da cidade. A noite sempre me fascinou, as luzes, as estrelas. O escuro te impede de ter uma visão ampla e segura, por isso passa a ser tão interessante, te induz a buscar, a descobrir, a se adentrar, a investigar e se entregar totalmente. O escuro é imprevisível. No escuro você enxerga o que não existe, ou não enxerga o que existe, de acordo com o que seus olhos são capazes de ver.
Mas nem só de escuridão se vive, porque quando a noite cai, o sol desaparece, as luzes da rua ligam automáticas. Ninguém precisa ir lá e pedir para acende-las, elas sabem que precisam estar ligadas para que você consiga ter a visão necessária. Mesmo que embasada, mesmo que dificultosa.
Por isso a cidade grande a noite se torna tão bonita. Ela consegue manter a escuridão e fazer com que as luzes te guiem por onde é necessário ser guiado. Já por volta das 20h, quando as pessoas já chegaram em casa depois de um expediente de trabalho, as ruas ficam tranquilas e os carros passam pelo sinal verde da a minha frente borrando as luzes. Eu não vejo dentro do carro, eu não vejo a cor do carro. Mas eu sei que ali tem um carro. Porque mesmo com escuro as luzes me possibilitam ver a sombra que o reflete.
Enquanto a chuva insiste em cair, acaba se configurando na paisagem. Na noite da grande metrópole a chuva faz toda a diferença. Em um ambiente melancólico, frio, triste, a chuva se insere e se coloca como trilha sonora de uma vida. O som do carro passando e borrando a luz é diferente quando há chuva.
No céu só é possível ver as estrelas mais boitas, as que mais brilham. Eu vejo estrelas meio que como pessoas, que olham por mim, que se lembram de mim. E as que resistem a poluição e luzes das grandes cidades são as que mais merecem apoio, elas se esforçaram para que continuassem brilhando dentro de algum coração. Entendam, eu não estou dizendo que o céu de estrelas é mais bonito na grande metrópole do que no interior, em hipótese nenhuma! Eu adoro o céu de Seropédica! Só acho que as grandes estrelas são as que aparecem na cidade, são as que se esforçaram muito para estar ali.
E o tempo passa... E a cidade não pára! Nunca!
Foto 2: Campinas, SP
Foto 1: Centro do Rio de Janeiro

ps. o post da semana era para ter sido um poema feito em uma quinta-feira ociosa por três amigas revoltadas e entediadas. Por ética eu preferi falar o que já era programado. Mas eu preciso comentar... O tema do poema era: "O sonho da casa limpa". (rsrsrsrsr) Desculpe-me, apenas as minhas duas amigas entenderão isso.

domingo, 12 de junho de 2011

Literatura, jornalismo, textos, palavras...

Essa semana minha amiga de quarto (e de casa) estava terminando um texto para o Blog do ICHS e pediu que eu ouvisse o que ela escreveu. Em meio a tantos verbos objetivos, orações diretas, palavras que devem ser empregadas ao invés de outras, virgula no lugar certo, eu fiquei refletindo... Como é chato esse tal texto jornalístico! 
Alguns dias antes, eu estava estudando e lendo Clarice Lispector com a finalidade de apresentar um trabalho na aula de Jornalismo Impresso II, para falar de crônicas. E foi inevitável não fazer a comparação entre os textos. Não que minha amiga tenha feito um texto chato, de maneira alguma, ele era até bem interessante e falava sobre uma palestra que aconteceu na Universidade e que eu não fui por pura preguiça e falta de vontade. Fato é que as crônicas de Clarice, os seus contos e suas frases subjetivas me encantam e me interessam bem mais. E pensando bem eu nunca gostei das coisas tão claras. Explicação demais perde toda a graça da interpretação e descoberta.
Mês passado, participei do Intercom Sudeste, em São Paulo. Durante os dias de Encontro eu vi e ouvi muitas coisas que me inspiraram, foi realmente uma recarga de energias. Uma das frases que mais me marcaram e que eu certamente levarei para toda a vida foi: "O jornalismo não pode ser objetivo, porque não falamos sobre objetos. Ele precisa ser subjetivo, porque falamos sobre sujeitos." E, então apesar entender, aceitar e concordar plenamente com isso eu fico me perguntado porque na faculdade a gente aprende totalmente o contrário?
Sim, eu me sinto totalmente incomodada com o jornalismo ultimamente. Quando mais eu estudo, mais eu aprendo, mais duvidas e aversões eu tenho. Mas não há como, me desculpe, eu não consigo me ver fazendo outra coisa. Entretanto eu usarei as palavras que uma outra amiga de minha casa me disse essa semana também: "Nem sempre o que a gente gosta de fazer é o que a gente faz bem."
Se um dia alguém descobrir o que eu faço bem, por favor me conta tá! Então eu passo a trabalhar com isso. Enquanto isso eu vou insistindo no que eu gosto. Ou no que restou para mim. :*

sábado, 28 de maio de 2011

Renúncia.

É como se o mundo parasse e nada mais importasse além daquilo. É como se não fizesse sentido para ninguém além de eu mesma. É como se minha alma saísse de meu corpo e voasse. É o prazer, é o instantâneo. E tudo é saciado em alguns minutos, e todo nervosismo do mundo é depositado em alguém por alguns minutos, mas em seguida o nervosismo é trocado por uma intensa e inexplicável alegria. Chega a parecer egoísmo tanta alegria, chega a parecer egoísmo tanta satisfação para uma pessoa só. É o que chega mais perto de tentar explicar a sensação de estar em cima de um palco.
Horas de aulas, dores musculares constantes, paixões que se dividem, esforço, suor, dores, escolhas, exercícios que se repetem, piruetas, alongamentos, pernas altas, saltos altos, braços alinhados (ou não), perfeição, disciplina. Renúncia. Renúncia. Renúncia. Renúncia...
Renunciar o que? Seguir que caminho? Escolher que lado? Conciliar como? Manter como? Tentar como? E quando a vida não oferece oportunidades? E quando nada mais faz sentido além das horas de aulas? E quando já não há mais tempo para seguir? E quando a escolha já foi feita? E quando o corpo reclama, pede, pulsa? E quando as perguntas já não fazem sentido? E quando a vida já não mostra caminhos? E quando a paixão se torna maior que a razão? E quando a vontade do prazer se impõe sobre a obrigação do desejo? E quando a gente cresce? E quando já não há mais tempo para brincar? E quando a gente percebe que quiçá poderia ter acontecido? Ou que talvez nunca acontecerá de fato? E as dúvidas? O que fazemos com perguntas sem respostas? O que fazemos com tantas interrogações? Renunciar o que? O sonho? ou o prazer?

Já não há mais ninguém por perto que me faça parar, assim como já não há ninguém que insista que eu continue. O amor pela profissão diminui a cada dia, assim como a paixão pelo prazer grita dentro do meu peito. A minha consciência sussurra para eu seguir o sonho, o meu coração grita para esquece-lo. E os meus conceitos mudam. E minhas certezas se tornam questões. Desde de pequena eu tenho certeza que é sempre melhor seguir o coração, mas agora, enquanto percorro cada vez mais o mundo dos adultos, acho que devo seguir minha consciência.
Eu não quero entrar na questão amigos, mudança e saudades. Isso já é muito batido por aqui. Entretanto, é a minha maior falta. Eu tento desesperadamente não pensar, tento desesperadamente me desprender, tento desesperadamente ficar longe. E quanto mais eu tento mais eu penso, mais eu me prendo, mais eu me mantenho por perto. Eu tento desesperadamente me sentir inserida em todo esse novo mundo e tudo que eu consigo é me sentir feliz dentro de uma sala de dança com musica alta e uma sequência de jazz. O fato é que eu não me sinto inserida em grupo nenhum. Mas eu também não entrarei nessa questão, isso é assunto para outro dia. Quem sabe em um dia de reclamação e revolta com o mundo. Porque tudo que eu tento é não pensar nisso, tudo que eu tento é mentir para mim mesma dizendo que a fase de adaptação foi um sucesso.
Fato é que eu preciso fazer uma escolha, eu preciso decidir minha vida, eu preciso levar alguma coisa a sério de verdade. Fato é que eu não consigo. Porque nada nunca fez sentido de fato. E talvez nem a vida faça, mas ainda assim eu gosto muito de vive-la intensamente. E talvez seja essa intensidade e essa fascinação em querer viver tudo é que me dê tantas dúvidas, eu não sei bem o que quero. Eu sempre quis tudo! Eu sempre tive um apetite muito maior do que meu corpo e minha mente são capazes de absorver. Algumas pessoas não sabem o que querem por não querer nada. Eu não sei o que quero por querer tudo. E sinceramente, não sei o que é pior.
Talvez a maior dúvida já esteja resolvida. Porque o meu sonho é me tornar jornalista. Sempre foi esse. Sempre será esse. E todos os tipos de prazeres precisam ser aniquilados, afinal de contas, o prazer paralisa o desejo. E mesmo sem ninguém por perto para me dizer que esse é o certo, eu sei o que fazer. Essencial é ter consciência de que o certo é seguir o sonho, lutar por ele, não desistir dele. Mesmo quando ele se torna tão difícil a ponto de nem parecer mais sonho.
Renúncia. Renunciar. Abandonar. Desistir.Abdicar. Sobre as escolhas, sobre os caminhos a seguir... Talvez seja nós mesmos que construímos caminhos diferentes, nós construímos as portas a se abrirem. Eu ainda posso abrir qualquer uma das duas que construí e se mantém em minha frente. Mesmo que eu for julgada maluca por todos os outros. É como se ninguém mais importasse, ninguém mais entendesse, ninguém mais existisse, sou eu comigo mesma. Eu e as luzes. Eu e meu coração gritando. Eu e a música. Eu e os meus pés. Eu e eu mesma... Renúncia. 


"(...)Renunciar é, sobretudo, um ato de coragem. E poucos conseguem praticá-lo. É fácil apegar-se. Difícil é desapegar-se.(...)" Carlos Romero

domingo, 17 de abril de 2011

uma ong. um projeto. uma família.

Me peguei com vontade de falar de uma vida. Me peguei com vontade de contar uma história. Me peguei com vontade de expressar algo que já está em meus pensamentos e em meu coração sabe lá há quanto tempo.
Campinas, uma cidade há mais ou menos 90km da capital de São Paulo. Jardim do Trevo, um bairro dessa cidade bem perto do centro, bem cheio de coisas, comércios, pessoas. Pouca moradia, muito trabalho, muita correria. Prodança, um projeto social, uma ONG, uma familia, dentro de uma bairro corrido, da cidade no interior de São Paulo.
Conheci o Projeto aos 7 anos dentro da minha escola. Depois de alguns anos ali, uma oportunidade de bolsa numa boa academia de Campinas.Mas depois veio a mudança de escola e o Prodança sumiu de minha vida. Alguns anos depois, já havia passado por várias academias, feito algumas amigas, e só continuava no mundo da dança porque uma paixão incontrolável pulsava em meu peito. Mas dentro das academias, junto a tantas outras pessoas com realidades tão diferentes das minhas pouca coisa fazia sentido. Até que me reencontrei por acaso com o Prodança de novo. Então, mais madura, mais certa de si, consegui achar meu lugar.
Passei a frequentar o Barracão de Arte e Dança praticamente todos os dias da semana, fazer todas as aulas e modalidades possíveis. Passei a dar aula de ballet  e descobrir uma nova forma de me realizar e de me ver feliz através de minhas alunas. Passei a participar de competições e ter uma convivência quase que diária com todos lá dentro. Então eu redescobri o significado da palavra familia. Ninguém estava tão perto, ninguém entendia tão bem, ninguém completava tanto, ninguém sabia tanto de minha vida, ninguém conhecia tanto quanto as pessoas ali de dentro. E foi uma linda história, e foram lindos momentos, e foram inesquecíveis lições, aulas, amores, amigos, alunas, teatros, coreografias, ensaios, calos, bolhas, fotos... Amigos foram e vieram. Permaneceram ou sumiram. Cada um seguiu sua vida, mas todos com o mesmo amor pelo projeto que atualmente já virou uma ONG. Talvez o que cada um ali dentro sente é muito mais do que amor, gratidão. A palavra que melhor expressa o sentimento é devoção. Alguém já pensou sobre o significado dessa palavra? DEVOÇÃOVeneração especial.Reverência. Acatamento. 
E é claro que há problemas, é claro que não é perfeito. Afinal de contas, que graça teria um lugar perfeito? Mas há a devoção, que passa por cima de todo e qualquer obstáculo, que faz nós, a familia Prodança querer sempre o melhor para todos, faz com que mesmo que você se afaste você sinta a vontade pulsando em voltar, em participar, em estar junto, em querer o melhor.




E todos já sabem que a vida fez com que eu me afastasse, a vida fez com que todos os meus sonhos fossem interrompidos, para que fosse tras de sonhos que na época eram considerados mais importantes. Só que a vida é boa com a gente as vezes. Na ultima semana, eu tive a oportunidade de desenvolver um trabalho e de estar dentro da familia Prodança durante dois dias inteiros. E nesses dias eu pude reafirmar que tudo que eu sentia lá dentro era verdadeiro e recíproco por todos os outros. Tentando me distanciar e executar o meu trabalho com a mínima interferência possível, eu vi nos olhos de cada um ali a devoção. De fora de tudo eu vi a familia, eu vi o amor. Não pela dança, não pelas aulas. Eu vi o amor pela instituição, eu vi o amor pelo projeto, eu vi o amor pela ONG. De fora da familia Prodança eu pude ver o quanto tudo aquilo ali é especial, único e inexplicável. É claro que nem metade das pessoas que vivem ali dentro podem entender o que eu estou dizendo. Algumas delas só vão quem sabe entender um dia... Talvez quando elas se forcem a ficar fora da familia por algum motivo. Pode até soar contraditório, mas quanto mais eu queria me distanciar, mais eu me sentir perto, mais eu me sentia dentro. E mesmo daquelas pessoas que nem cheguei a conhecer, mesmo daquelas pessoas que nem sabia quem eu eram e não tinham ideia da minha devoção pelo Prodança, mesmo delas eu me senti da familia. E colocando o significado de familia temos: de famíliafamiliar; íntimo; sem cerimónia.




Deixei o Prodança com um ar que voltaria no dia seguinte, e mesmo que eu não voltasse aquilo ainda faria parte de mim. Mesmo que eu ignorasse por muito tempo, mesmo que eu não conhecesse mais ninguém a voltar para lá. Ainda assim a instituição faria parte de minha vida. Ainda assim tudo que acontece ali teria de alguma forma ligação comigo. Hoje eu tenho um pedaço do Prodança em meu coração, e com certeza tem um pedaço de mim no coração daquela ONG. 
Dias depois que cheguei apareceu em meu orkut um recado: 'Você se foi e deixou saudades." Um frase tão simples e cheia de significados. A frase que me fez entender tudo que aquele lugar significa(va) em minha vida. 
Só então eu percebi que mesmo tento "indo" eu ainda faço parte de tudo aquilo e eles ainda fazem parte de mim. E eu peso licença para todos que participam e se mantem ali todos os dias, mais familia é familia. Uma vez dentro dela, a gente nunca mais consegue se desvincular. 



sábado, 16 de abril de 2011

17 de dezembro de 2009.

Eu estava fazendo 18 anos. Doces 18 anos. Estava preparada (ou achava isso) para me mudar da minha cidade natal dali há 2 meses. Eu tive uma linda festa. Eu tive algumas amigas me dizendo coisas que eu nunca imaginei escutar. Eu tive uma despedida como ninguém teve. 1 ano e dois meses depois eu tenho certeza que dentre muitas pessoas que deixei para trás em Campinas, essas são as que nunca ficarão para tras em meu coração. O texto ainda me toca muito, talvez até mais do que me tocou há 1 ano e pouco atras. Porque só hoje eu consigo entender o verdadeiro sentido dele. Só hoje eu consigo perceber do que elas realmente estavam falando. Muito sábia essas minhas amigas.

Mariana,
Os anos se passaram e percebemos o quanto você é importante para nós. Você nos mostrou como uma amizade pode ser linda, quando existe verdade, companheirismo, carinho, amor e simplicidade. Ano que vem não será a mesma coisa sem você. É né, Rio 40 graus, mais um de seus sonhos sendo realizado.
Aquela menininha em que conhecemos na 5°série, hoje está se tornando uma grande mulher. E lhe desejamos nessa data muitas felicidades, saúde, amor e que Deus ilumine seus passos. Pois você merece tudo isso e mais um pouco.
Continue com esse sorriso maravilhoso que contagia a todos. É bom pararmos por aqui se não vamos ficar até amanhã dizendo o quanto você é maravilhosa. Viemos aqui fazer essa pequena homenagem e dizer o quanto TE AMAMOS.


Esse texto foi escrito em uma folha de guardanapo que estava sobre a mesa. As palavras são simples e ele é todo marcado pela oralidade. Mas cada vez eu leio eu çembro do rosto de cada uma, do olhos triste e felizes de cada amiga que permaneceu ao meu lado. E eu devo confessar que morri de medo de tudo isso acabar. Mas hoje, eu sou feliz, porque sim, eu tenho amigas de verdade que moram há 600km da minha casa e ainda assim permanecem por perto.

Mari Leite, Mi, Dane, Rentatinha, Leli, Nessa, Ju. eu amo vocês. sempre.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Lá no mundo do "se"

E as vezes, eu me pego pensando em como seria minha vida "se" eu não estivesse mudado para o Rio. Logo que esses pensamentos indesejados aparecem eu os espanto sem demora. Afim de contas para que ficar pensando sobre algo que nunca aconteceria? As vezes eu fico refletindo sobre a felicidade, e talvez eu acho que eu poderia ter tido uma vida muito mais feliz no interior de São Paulo. Uma vida previsivel e esperada: teria entrada para o jornalismo da PUCC, trabalharia como professora de ballet até conseguir um bom estágio. Estagiaria na EPTV Campinas e teria na Faculdade uma ótima formação televisiva. Casaria bem provavelmente com um vizinho ou um antigo amigo de Ensino Médio. Manteria todos os meus amigos de escola e largaria o ballet sem ao menos perceber que isso estava acontecendo. Compraria um terreno em qualquer condominio fechado e construiria a casa dos sonhos. Daquelas sem portão com gramado verdinho na frente e dois carros na garagem. Seria feliz e morreria sentada na cadeira de balanço em frente a minha casa com um sorriso nos lábios, logo depois de ter completado 100 anos, contando algum história de festival de dança aos meus netos, quiçá bisnetos... Quase como um filme... Quase perfeito demais para se tornar realidade.
Só que há 2 anos atrás, isso era tudo que eu não queria para a minha vida. Essa história de viveram felizes para sempre nunca foi meu sonho. Eu nunca gostei de ser princesa, eu preferia ser a idealizadora, eu preferia ser a dona da história.Porque eu nunca gostei de previsões, porque eu nunca gostei de rotina.
E hoje eu realizei meu sonho, eu escrevi minha história. Eu moro na "Cidade Maravilhosa", eu estudo numa Universidade Federal, eu faço o curso que sempre sonhei. Eu tenho a oportunidade de ter duas lindas casas... Tenho algumas pessoas importantes e especiais, tenho algumas pessoas inesquecíveis. Tenho tantas histórias a contar, tantas maluquices já realizadas... E ainda assim eu penso no "se". E ainda assim eu sinto saudade. E ainda assim eu fico me perguntando "se" eu seria mais feliz com minha vida de filme americano.
E dai vem o peso na cosnciencia... Eu construi e venho construindo a minha propria história, era para eu ser a pessoa mais feliz do mundo. E porque ainda assim eu me pego pensando no "se"? Egoísmo, egoísmo, egoísmo. Porque talvez hoje o que me faria mais feliz é ter algumas pessoas de Campinas por perto. E só... Porque eu só percebi a importancia que elas tem em minha vida depois que me vi longe delas. E eu que achava que valorizava meus amigos, e eu que achava que seria boa o suficiente para viver sem eles.
Saudade. esse é meu nome. Saudade, esse é meu coração. Saudade. essa sou eu.
Saudade. só saudade.
E as vezes eu fico no mundo do "se" talvez porque o mundo do "se" tem me interessado muito mais do que a história que eu escrevi. Talvez porque, nunca ninguém me contei que quando se resolve escrever a história o mundo tira a sua borracha.
E "se" eu conseguir achar o amor da minha vida, construir uma casa com um grama verdinha e morrer depois dos 100 anos com dois carros na garagem, eu vou contar aos meus netos que ainda que seja bem mais bonito e tranquilo escolher ser a princesa, é melhor que eles escolham ser a escritora... Mas eu vou avisa-los que quando escolhe-se esse papel, o mudo te tira a borracha.
Ainda assim, vale a pena... Isso quando não entramos no mundodo "se". É o mais racional, deixar o "se" para tras e ignora-lo todas as vezes em que eles inssistir em aparecer.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Sagitariana, eu?

Nem sempre ela dirá coisas que você quer ouvir. Na maioria das vezes , ela vai deixa-lo arrepiado com suas observações desconcertantes e francas. Mas de vez em quando dirá coisas tão maravilhosas que vão faze-lo dançar de felicidade. (talvez meus amigos da faculdade já entenderam isso)
Ela talvez seja um pouco franca demais porque vê o mundo tal como ele é.
Ela não gosta de mentiras, e dificilmente alguma mulher de sagitário costuma mentir. A menos que tenha um ascendente em capricórnio, esta mulher dificilmente conseguirá convencer as pessoas quando estiver contando uma mentira. E a gente tem que admitir que isto é uma ótima qualidade, não é? (mentir é preciso, as vezes, talvez eu tenha ascendencia em Capricónio).
As sagitarianas são muito independentes, e ambos os sexos mantém uma certa distância aos laços familiares.
Quando quiser que ela faça algo, peça-lhe. Não tente mandar nela. A técnica dos homens das cavernas não funciona com esta mulher. Ela não nasceu para ser mandada, odeia ter que receber ordens e abomina todo homem que tente aprisiona-la. Ela gosta de ser protegida, mas não gosta de ser mandada. Se nem mesmo seu pai consegue domina-la, não vai ser qualquer um que vai achar que pode lhe dar ordens!
A sagitariana não é de abrir mão da própria personalidade e da independência por homem algum. Deve ser por isso que as sagitarianas -logo atrás das aquarianas, - representam o maior numero de mulheres divorciadas! (ok, por isso eu escolho bem, para não fazer parte dessas estatisticas)
Quanto mais nervosas ela fica, mais sarcástica e cínica se torna.
A sagitariana pode manda-lo para o inferno com um grande sorriso nos lábios e ainda ridiculariza-lo na frente de todos, como se estivesse se divertindo. Ela tem esta capacidade de torna-lo o bobo da côrte, e ainda sair por cima como se nem tivesse sentido a força de suas ofensas.
Mas nem sempre ela será tão "amável" assim, quando estiver realmente irritada. Enfrentar a raiva desta mulher não é a melhor coisa do mundo. Como todo sagitariano(homem ou mulher) ela não é de armar o barraco, mas se resolver faze-lo é melhor se esconder até a tempestade passar.
Feliz daquele que tem a sorte de ter uma mulher de sagitário como amiga.
Ela alegrará suas festas, será sua melhor confidente e sempre estará ao seu lado quando todos seus amigos tiverem abandonado o barco. Ela é tão generosa, paciente e atenciosa com todos os amigos, que seu telefone dificilmente fica muito tempo sem tocar. (ok, isso é mentira, o meu nunca toca!) Se repararem bem, a maioria das sagitarianas sempre recebem telefonemas de amigos que nunca conseguem esquece-las, mesmo que estejam distantes.
Ela é uma das poucas mulheres que costuma ter amigos de infância. Sim, eu disse amigos. Os mesmos que rolavam com ela na rua enquanto jogavam bola, e que um dia perceberam que aquela garota com jeito desajeitado de moleque, que andava descalça, um dia se tornou uma linda mulher.
Tentem reparar em uma sagitariana andando. Vejam como a maioria costuma andar com o nariz empinado, parecendo um cavalo puro sangue. Vejam como ela é uma mulher elegante e confiante, mesmo quando tropeça e sai derrubando tudo pelo caminho! Sim, a coisa mais dificil de encontrar é uma sagitariana que não seja um pouco desajeitada.
Também costuma ter uma atitude um tanto displicente em relação a envolvimentos amorosos, o que pode levar algumas pessoas a achar que é uma mulher fria e insensível.
Puro engano! Ela se emociona ao assistir um filme triste e sonha com você durante as noites em que estiver solitária, mesmo que nunca confesse isto. É possível que ela tenha guardado todos os bilhetes de amor que você escreveu, restos de flores que enviou e a primeira entrada do cinema que foram juntos.
Mas não espere ver este seu tesouro tão cedo! A sagitariana não gosta de revelar seus segredinhos de amor. Deixar que você veja estes segredos é assumir que está apaixonada. E ela odeia sentir-se fragilizada!
Quando este romance acaba, por dentro ela pode estar chorando, mas responderá com tanta inteligência e habilidade as perguntas dos amigos, que todos pensarão que tudo não passou de um simples namorico de verão. Mal sabem como ela pode estar arrasada por dentro.
A idade realmente não importa quando o assunto é a sagitariana. Elas permanecem meninas mesmo quando envelhecem. (talvez eu nem tenha sindrome de Peter Pan então)
E elas adoram ser tratadas como meninas sapecas que não param no canto, sempre prontas a correr na rua com os garotos! E, é esta alegria de viver, este eterno otimismo que enfeitiçam os homens de bom gosto! Nenhuma mulher pode ser tão apaixonada pela vida quanto a sagitariana, e transmitir este amor por todos os cantos por onde passa.
Estar ao seu lado é viver o bom humor e acreditar no futuro. Não importa que ela tenha milhões de amigos que ocupam grande parte do seu tempo, nem que passe o tempo todo planejando viagens ou sonhos que ainda quer realizar.
Amar uma mulher de sagitário é recompensador e nunca é monótono. Não importa que ela não tenha aprendido a dizer o quanto te ama, para ela isto é difícil.
A melhor maneira que elas tem para demonstrar o que sentem, é pela a ação. Nenhuma mulher beija tão gostoso ou erradia tanta vida e alegria quanto um anjinho de sagitário que chegou a conclusão - após passar várias noites em claro - de que o que sente por você não é amizade, mas amor!
E, quando as setas do arqueiro penetram em nossos corações, não ha magia no mundo que possa nos livrar do poder do amor de uma sagitariana!




um texto adaptado de: http://www.revistaandros.com.br/sagitariana.html

E preciso acrescentar que não acretido no Zoodiaco, não acho que as previsões possam influenciar a nossa vida de alguma forma, mas de alguma forma as personalidades sempre meu signo sempre se parecem muito comigo.