sábado, 31 de março de 2012

Televisão sem fama

"(...)Dessa forma, não é surpreendente constatar a a alta proporção de jovens inciantes e recém-formados que sonham em trabalhar com telejornalismo, porque gostam - para serem visos por uma audiência de milhões, em lugares exóticos do planeta, apreciando o que algum colaborador da cobertura internacional chamou, certa vez, de "banco da frente da história". Em resumo mesmo que essa seja uma posição desconfortável, eles querem ser famosos." 
do livro Telejornalismo de Ivor Yorke, página 123.

Cansei de ler esse tipo de comentário em livros e manuais de TJ. 
E preciso dizer em um lugar público (no caso esse)
SOU ALUNA DE JORNALISMO, QUERO TRABALHAR COM TJ E NÃO QUERO TER FAMA. REPITO, NÃO QUERO SER FAMOSA!
Minha escolha pela televisão foi simplesmente pelo fato de ter a certeza que o jornalismo que vou fazer chegará a muito mais lugares. Minha escolha pela televisão foi simplesmente pelo fato de eu acreditar com todas as minhas forças que uma imagem produz mais impacto que um milhão de palavras. Minha escolha pela televisão se deu simplesmente pelo fato de eu me apaixonar loucamente pela produção ao entrar no estúdio pela primeira vez. E essa coisa de paixão não há muito como ser explicada.
Preciso deixar claro também que meu objetivo como jornalista de televisão não é ir no municipal cobrir o Ballet Bolshoi (eu quero ir ao municipal para ver o o Bolshoi e não para trabalhar). Meu objetivo é ir ao Oriente Médio e mostrar o que está acontecendo por lá. Tenho plena consciência que vou me deparar com cenas que a maioria das pessoas não vão ver pela televisão, como a pobreza extrema e milhares de pessoas mortas. 
O lance todo é saber transmitir tudo isso que vou ver de forma sutil, sucinta e tocante. Esse é o barato da televisão, tocar pelas imagens, mexer com as sensações. 
O de menos é a fama, o reconhecimento, o estrelismo. 
Escutei um dia desses do meu professor que todo telejornalista tem que almejar ser o apresentador. Desculpe mas eu descordo totalmente. Meu objetivo passa longe da bancada do Jornal Nacional. Eu gosto da rua, da inconstância, da correria, do calor, da adrenalina, do transito, do perigoso. Eu gosto da apuração, gosto do povo, do contato com o real. 
Sim eu quero ser jornalista de televisão, mas não para distribuir autógrafos nem apresentar o Jornal Nacional. Quero ser telejornalista para levar ao mundo a imagem que ninguém viu. Para estar do lado daquela senhora que perdeu sua casa depois de um bombardeio na Faixa de Gaza. 
Não sei de onde todas essas pessoas que escrevem livros e artigos tiraram a ideia de que o estudante de jornalismo quer trabalhar na televisão para ser famoso. Se foi de pesquisas, eu estou fora delas e como na maioria dos casos me torno uma exceção. 

quinta-feira, 29 de março de 2012

9: Cidadão Ponto

Segunda-feira, 26 de março de 2012.
Aula de Radiojornalismo I
Estávamos trabalhando no programa há duas semanas com precisão. Na primeira decidimos nome, publico alvo, discutimos sobre temas, e fizemos toda a montagem. Na segunda focamos no tema que íamos abordar no primeiro programa.
Tudo estava programado para ser o Zero.
Para quem não sabe, todo tipo de objeto jornalístico antes de ir ao ar, ou ser distribuído ao publico, tem um teste. Um programa zero, que serve como um "ensaio" para ver o que funciona ou não. Só que o professor confiou na gente e algumas horas antes de ir "ao ar" ele disse:
-Vamos colocar na rádio, ao vivo!
-Calma ae professor, esse é o primeiro, não vai ao ar! Se ficar bom a gente coloca gravado depois, lembra?
-Não, mudei de ideia, vai ser ao vivo, aberto ao publico.
E sorriu, daquele jeitinho fofo que só ele consegue fazer.
Então, pronto, teríamos um programa ao vivo. Naquela tarde qualquer de segunda-feira.
Terminamos tudo relativamente tranquilo e cada uma foi para o seu hospital pegar a pauta do dia. O tema do programa era saúde.
Eu estava de repórter e fui mandada para o Hospital Universitário (H.U.), porque era dentro do campus e não corria o risco de eu me perder sozinha pela cidade. (:
Só que queriam me ver trabalhando né e me deram duas pautas: a primeira era procurar alguém que tivesse esperado meses para a marcação de consulta. a segunda era tentar falar com alguém sobre os Terapeutas da Alegria. Eu seria a primeira e a última a entrar ao vivo no programa.
Turma de Radiojornalismo I do programa Cidadão Ponto, a cidade ponto a ponto nas ondas do rádio. Antes de cada um sair para fazer o que lhe era prescrito. :)

Cheguei ao HU faltando 30min para começar o Cidadão Ponto. A primeira pauta foi bem fácil de achar. Conversei com a secretária administrativa, que marca as consultas no hospital e depois com alguns pacientes esperando a hora da consulta. Achei um senhor que estava para marcar o retorno no dermatologista desde de dezembro. Ele morava há pouco mais de 1h do HU (fazendo o trajeto de carro!!).
Ele concordou em falar. Eu perguntei que horas estava marcado a consulta e ele me disse que as 17h o médico começaria a atender. Eu disse que voltaria logo. (a produção do programa me ligaria as 16:40h e ainda faltavam 20min!). Fiz meu texto.
Fui adiantar minha segunda pauta: Terapeutas da Alegria. E aí foi divertido... Conversei com a mulher da recepção lá na sala onde ficam as visitas, ela me disse que não sabia de nada. Tinha um médico saindo e eu abordei ele, ele me disse que eu poderia ir perguntar na diretoria do hospital. Voltei na mulher e disse que queria ir na diretoria. Ela me deixou entrar. Subi dois lances de escada e lá eles me disseram que era para eu ir na Biblioteca no andar de cima. Na biblioteca me falaram para ir na pediatria, um andar pra baixo. Na pediatria me mandaram para a psicologia mais um andar pra baixo. Na psicologia... meu celular tocou! (a essa altura eu já nem sabia mais por onde tinha entrado! já tinha rodado quase o hospital todo!)
-Você ta pronta?
-CALMA AE POLI EU NUM TO PERTO DO MEU ENTREVISTADO AGORA, TO PERDIDA NO HOSPITAL! ME LIGA DAQUI 5MIN PARA EU PODER DESCOBRIR COMO EU SAIO DAQUI!
Comecei a andar bem rápido pelos corredores do hospital, perguntei para um enfermeiro e ele me indicou a saída.
Corri para o outro lado do hospital e á estava meu entrevistado, sentado tranquilo... Me recompus e fui falar com ele... Disse que entraríamos logo. Fiquei esperando meu celular tocar! Tocou, eu entrei, falei e no final para assinar a matéria:
-Eu FUI Mariana Dias para o Cidadão Ponto.
AHHH QUE RAIVA, eu num sou mais Mariana Dias! Que droga, que droga que drogaa!
Liguei na rádio para avisar que minha segunda pauta ia cair porque ninguém sabia dos Terapeutas da Alegria. E eles me disseram que ótimo porque não ia dar tempo de qualquer forma.
Enfim, mais depois que passou foi tão bom, um alívio, uma felicidade! Eu voltei direto para casa e não conseguia parar de sorrir, porque eu sabia que tinha passado e tinha dado certo.
Foi a sensação primaria de trabalhar como jornalista na rádio, foi mágico! E cada vez mais eu me apaixono por essa loucura!

Na segunda que vem o tema do programa é Educação e eu estarei como webmaster. Ou seja, produzindo e pegando perguntas da internet.
Acompanhe o programa! 

E para quem perdeu

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terça-feira, 20 de março de 2012

oito: retrocedendo a uma revolução

Ando pensando muito sobre a profissão de jornalista.
Tenho poucas conclusões sobre o assunto, mas estudando aqui sempre tenho a impressão que eu vou MESMO ser jornalista.
Não sei porque... Talvez as aulas praticas tenham me remetido a um mercado de trabalho. Talvez o posicionamento dos professores tenham me remetido a tevê Globo. Talvez seja só um ambiente diferente que tenha me remetido vibrações positivas. Talvez ler todos esses livros e manuais sobre o assunto tenham me dado a impressão de estar mais inserida.
Fato é que eu fico mesmo me imaginando na rua com um microfone na mão. Eu fico mesmo treinando em casa e observando o modo de falar, se posicionar e gesticular do telejornalista.
Sim eu tenho achado extremamente difícil as aulas práticas. Tenho achado extremamente difícil controlar minha voz e tentar fazer com que ela fique grave. Tenho observado textos de telejornais e prestado atenção em tudo.

A UFSC me remete a pratica, mesmo na aula teórica. Eu fico achando suposições, fico pensando de verdade na entrevista e na situação. Os professores te transportam para um mundo meio a par de tudo que já vivi. Estar envolvida com um programa de rádio obrigatoriamente dentro da aula de Radiojornalismo I é fascinante no mínimo.
Acho que tudo ainda é fascinante, tudo novo, tudo como eu sempre quis e sonhei. Exatamente como eu sempre achei que aconteceria quando eu entrasse para a faculdade de jornalismo.
É como se tudo isso aqui fosse um mundo de fantasia, um mundo de sonhos. É como se eu tivesse dormindo e a qualquer momento vou acordar e ter que voltar para a teórica realidade Ruralina. Não que isso não me seja bom, eu só consigo encarar algumas questões aqui depois de tantas aulas teóricas, com certeza. Se não fossem elas eu ainda estaria perguntando ao professor se devo ou não colocar uma informação de fontes não seguras na matéria. (como estavam hoje os meninos da 1° fase).
Se não fossem as aulas teóricas eu ainda estaria achando que o jornalista escreve o que quer quado bem entende. Se não fossem as aulas teóricas eu nunca teria visto o jornal como um produto que busca capital, como qualquer outro produto da sociedade capitalista. E todas coisas desse tipo.
Mas, aqui é diferente, de algum modo eu tenho um incentivo que nunca tive de querer ser boa, de querer ser a melhor, de querer melhorar, de querer, sempre querer. Não sei se pelos professores que a todo momento contam sobre as redações e nos deixam tão próximo da realidade (que antes pra mim parecia uma utopia) ou se por simplesmente se tratar de um intercâmbio que vai acabar a qualquer momento. Não sei como, mas me peguei minha imaginação voando por um trabalho em emissora de teve e de alguma forma achei que isso fosse possível de novo, como eu achava que seria antes de entrar para o Jornalismo.
Não sei se estou conseguindo ser clara, receio que não. Por isso pararei de repetir sobre tudo isso e deixarei como está, preciso voltar a me concentrar em ser uma boa jornalista.
Também, não sei se tudo isso vai passar quando eu colocar os pés na Rural de novo, ou quando eu me cansar de tudo isso e talvez não ver desenvolvimento nenhum. E quem sabe quando eu descobrir que nada disso é pra mim. Talvez, eu não sei.
Então ainda vou sonhando e achando que posso ser alguém. Então volto a deixar meus pensamentos voarem como eles faziam aos 17 anos. Então volto a achar que tudo é possível quando se tem interesse como me ensinaram quando eu tinha uns 14 anos.
É como um retrocesso, é como um renascimento. É como uma revolução.

Algumas fotos do final de semana na Lagoa da Conceição em Florianópolis.




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quinta-feira, 15 de março de 2012

7: vivendo e sobrevivendo

Não que não esteja acontecendo nada de importante.
Não que eu não esteja aprendendo muito e curtindo a cidade.
Não que eu não consiga parar e transmitir em palavras tudo que sinto.
Na verdade não tenho tido muito tempo para sentir.
Quando me propus a cursar durante um semestre meu curso em outra Universidade a ideia inicial era sugar tudo que fosse possível e aprender ao máximo, ou seja inevitavelmente ESTUDAR.
E só só e apenas o que tenho feito. Tenho lido todos os livros possíveis que me são indicados, tenho tentando manter em dia minha leitura de aula antes do professor começar a falar sobre ela. Tenho olhado cronogramas e planos de ensino para chegar na aula e saber do que se trata. Tenho tirado xerox de tudo que posso e baixado no computador que que está disponível.
Além de tudo isso ainda PRECISA me sobrar tempo para fazer trabalhos e me manter uma pessoa sociável para fazer amizades.
Tenho aula na UFSC todas as manhãs as 8:20, com exceção das sextas que entro as 10:10h. Nas segundas e quartas saio só as 17:15h.
Meu livro de literatura habitual já está esquecido a pelo menos quatro dias e estou mantendo ainda 2 livros com leitura diária e um esporadicamente (pq está no computador).
Enfim, estou extremamente feliz, apesar de algumas dificuldades em aulas práticas. Só que tais dificuldades só vão servir para que eu ultrapasse me tenha ainda mais vontade de melhorar. Eu preciso fazer com que olhe para mim como a menina que faz bem rádio e tevê.
Fora tudo isso tenho em mãos uma enciclopédia de 600 páginas para procurar TODAS as vezes que aparece a palavra informação.
Enfim, para o post não ser de todo inútil, vou indicar aqui alguns livros (que estou lendo ou está na estante esperando ansiosamente chegar sua vez).

A menina que não sabia ler, de John Harding
A guerra dos mundos, de H.G. Wells
Chatô, o rei do Brasil, de Fernando Moraes
Desculpe a nossa falha, de Fernanda Esteves (MUITO BOM!!)
Telejornalismo, de Yvor Yorke
O texto na Tv: Manual de Telejornalismo, de Vera Palernostro
Administração de Marketing, de Philip Kotler (a enciclopédia!!)
O rádio na era da informação, de Educardo Metisch
Antimaual de Jornalismo, de Antônio Brasil

Só para ilustras a foto na BRSTv com o pessoal da 2° fase, hoje em uma aula diferente :)

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domingo, 11 de março de 2012

6: uma inevitável comparação

Exatamente 11 dias em Florianópolis. Exatamente 11 dias longe de casa, longe dos amigos, longe de meus pais. Exatamente como a 2 anos atrás. Só que dessa vez eu estou cozinhando e lavando roupas, porque não tenho minha mãe aqui do lado.
Exatamente os mesmos sentimentos de desencontros, felicidades efêmeras, desânimos, sorrisos passageiros, um pouco de desconforto, um pouco de insegurança e todo aquele blábláblá contraditório. 
Mas não é disso que vou falar aqui, por que depois que você muda e muda de novo e de novo as coisas acontecem sempre como um dejavu e você supera e se acostuma, e sabe que vai melhorar. 

O que me chamou muita atenção foi estudar a mesma coisa com pessoas diferentes. Em sentidos bons e ruins. Calma, eu vou explicar! 
São dois pontos principais: O jornalismo na Rural é receptivo, é simpático, é materno. Todo mundo que chega lá de fora acaba achando sua turma. Todo mundo conversa, fica lado a lado, ajuda, trata bem, pergunta se precisa de alguma coisa, interage. Isso de alguma forma acontece, tanto pelos docentes, quanto pelos discentes. Jornal na Rural é o curso da integração, mesmo com tantos problemas, tá todo mundo ali lado a lado disposto a (quase sempre) ajudar o outro, trocar com o outro, doar-se ao outro. 
Me lembro na entrada da segunda turma, vieram alguns calouros de outros estados e não tinham lugar para morar no primeiro dia de aula. Alguns veteranos abriram sua própria casa para eles passarem a noite.
Acho que nós, a primeira turma meio que aprendemos a ser ruralinos de uma forma instintiva. Essa coisa de ser amigo de todo mundo é meio exclusivo da Rural né. 
O Jornalismo na UFSC é cada um por si e Deus contra todos. Pelo menos é assim que me sinto depois de uma semana frequentando aulas. Claro que todo mundo tem seu grupo, e todo mundo mais ou menos conhece todo mundo. Mas, a impressão que tenho é que eles não estão muito preocupados quando você chega de transferência ou de qualquer tipo de intercâmbio. Eles vão estar ali para tirar dúvidas e te dar oi, mas não para de fato ser seus amigos ou interagir com você, não para fazerem você ser do grupo. É fechado, não tem vivencia com ninguém além deles mesmos. São conhecidos na Universidade toda por serem 'metidos e se acharem'. Bem o reflexo do que a maioria da sociedade brasileira pensa dos profissionais da área. O jornaleiros da UFSC pensam neles mesmos, como algo isolado da Universidade. Programas feitos são consumidos pelos próprios, sem se preocupar muito com o que acontece no resto do campus
O segundo ponto: O Jornalismo Rural é imaturo, inseguro, polemico (no pior sentido). TUDO que se coloca em discussão é resultado para 200mil comentários sejam contra ou a favor. E quando não, comentários pejorativos e sem relevância nenhuma. Zoação para o que (se foi exposto) deveria ter tratado com serenidade. E pior, NUNCA leva a lugar nenhum. Discussões e opiniões expostas num grupo do Facebook e que ninguém nunca toma uma atitude para resolver e melhorar. Ninguém nunca está aberto a novas sugestões e criticas construtivas para fazer de si mesmo pessoas melhores. Porque todo mundo já se acha o melhor! Atitudes de turmas de Ensino Médio que pouco estão se importando com o que é dado em aula e com o que deveria estar aprendendo com o professor. O que vejo na Rural são alunos que querem uma ementa fechada mas que não cumprem se quer a leitura obrigatória da disciplina, o que dirá ouvem e tiram duvidas sobre o que o professor propõe. E claro, depois acham SUPER correto ir escrever "cartas abertas" para reclamar da disciplina e dizer que NUNCA mais terão oportunidade de estudar algo do tipo e que não foi dado. Entre tantos outros exemplos que eu nem preciso ficar aqui citando. O que vejo nas três turmas de Jornalismo da UFRRJ é uma preocupação excessiva com o moralismo coletivo e pouquíssima preocupação em uma auto-reflexão. 
Vejo na UFSC um Jornalismo maduro e disposto a aprender e sugar do professor tudo que ele pode oferecer. Vejo alunos interessados, dispostos e abertos a quantas possibilidades são necessárias. Alunos que mandam e-mail para o professor cobrando ementa para se atualizar da leitura obrigatória sem mesmo o professor ter citado sobre ela na aula de apresentação. Vejo alunos que estão disposto a aprender a mexer no programa de edição de áudio para se tornar um profissional preparado e não estão esperando que o professor pegue pela mão, sente do lado e ensine passo-a-passo. Vejo alunos que desde o primeiro semestre de faculdade são incentivados a participar do programa de rádio que os próprios alunos montaram por iniciativa própria e sem supervisão de professor nenhum. O que vejo no Jornalismo da UFSC são estudantes focados a se prepararem como bons profissionais e não esperando estimulo do professor para fazer isso e muito menos reclamando disso ou daquilo. Também vi professores comprometidos que começam a aula na hora que foi marcado e não admitem atraso por parte dos alunos. É como uma via de mão dupla, eles cobram e são cobrados.

E tenho apenas duas colocações a fazer:
a primeira
Sei que fazer comparações é meio chato e insuportável, mas foi inevitável depois de ler tantos cometários desnecessários no Grupo de Jornalismo UFRRJ. E estou expondo minha opinião em minha página pessoal, por se tratar de uma opinião pessoal! Queridos coleguinhas da Rural, pensem sobre comprometimento com sua futura profissão em primeiro lugar. Porque gostaria realmente que TODOS vocês ai tivessem a mesma experiência que estou tendo aqui para aprender um pouco sobre tudo isso. E o objetivo do post é exatamente esse: compartilhar a experiência!
a segunda:
preciso expor que todas as impressões que tive sobre o Jornalismo na UFSC foram em relação a primeira semana de aula, que podem sofrer milhares de mutações até julho. 

terça-feira, 6 de março de 2012

5: nunca mais estarei atrasada

Sai de casa as 8:10h para entrar as 8:20h
Um tempo razoável considerando que são apenas 2km e que o ônibus faz em 5min
Só que estava transito e eu sinceramente não esperava transito em Florianópolis
Cheguei na aula as 8:35h, por sorte sabia onde era a sala
Entrei
-Com licença...
O professor parou tudo que estava fazendo, olhou no fundo dos meus olhos e disse:
-Qual teu nome?
Merda, lá vem esporro...
-Mariana
-Escuta Mariana, a aula não estava marcada as 8:20? Pois na minha aula chegou depois disso leva falta e não há outro modo de reprovar se não for por falta. Espero que tenha ficado claro. Sente-se logo e acompanhe...
-Me desculpe
E eu sentei.

Era uma turma de calouros e TODO mundo ficou olhando pra mim com cara de assustado, claro! Maldita Rural com sua cultura do atraso, maldito transito de Florianópolis.

Mas, sinceramente, foi uma das melhores aulas que já tive na vida. Ele conseguiu explicar objetividade e me fez entender sem contestar como ninguém nunca tinha conseguido até hoje. Consegui repensar com precisão os meus últimos dois anos de faculdade. E como ele mesmo disse: "Jornalismo é para os fortes, os que tem uma camada protetora contra esporro e pressão." Se bem que ainda estou trabalhando na parte da camada contra pressão.

Acompanhe a história toda

segunda-feira, 5 de março de 2012

4: (enfim) o oficial primeiro dia

Claro que como todo primeiro dia de 'colégio' eu dormi mal por estar ansiosa. Quer dizer, eu dormi bem até as 6 da manhã e depois fiquei com medo de perder hora. (isso porque eu tinha que estar na UFSC no máximo 10h).
O celular despertou as 8:30 e eu finalmente pude levantar da cama, tomar uma banho, colocar uma roupa, tomar café e sair... Lá fora o sol brilhava forte, estava quente e o céu estava azul. Um dia considerado lindo para a maioria dos brasileiros (daqueles que gostam do calor). Para mim estava lindo porque era primeiro dia de aula! O ônibus demorou 10min a passar, o que me pareceu uma eternidade!
15 min depois de ter saído de casa estava na UFSC e suava! Parece que o sol lá brilha mais forte do que em qualquer outro lugar da cidade! "Um sol particular para cada um." como ouvi pessoas reclamando pelo corredor do jornal. Mas o shoppinzinho (como é chamado o prédio de jornal lá) estava cheio! E o campus tinha muitos alunos! Com certeza a maior concentração de homens lindos por metro quadrado! hahahahaha
Fui até a secretaria validar umas disciplinas que faltavam, burocracias comuns e necessárias.
Para andar no prédio, eu fiquei com um pouco de medo de pedir informações, todo mundo ia achar que eu era caloura e ir zoar comigo! Fiquei até com vergonha depois que todo mundo me ajudou e deu informações certas e tudo...
A aula começava as 10:10h. Fui feliz assistir Redação para Tv. E chagando lá, adivinhem?? NÃO TEVE AULA! Essa é uma disciplina de primeira fase (como eles denominam período, ou semestre). E os calouros estavam numa aula de 'recepção' no Centro de Eventos.
Esperei para encontrar um peruano que tinha conversado pela internet, e fomos para o RU (aqui ninguém sabe o que é bandejão). Ele me apresentou o Ru, o lugar de comprar tickets e onde fazia carteirinha. Adivinham? ESTAVA LOTADO! Claro! Invés de almoçar eu fui para a fila da carteirinha e quando sai de lá já era quase hora de voltar para aula de novo.
Quando recebi a carteirinha do RU, me entregaram junto um copinho. Achei legal ganhar um copinho, mas não entendi o motivo... Então Carlos (o peruano) me explicou que lá dentro eles não dão copos para que você coloque seu suco. Por isso o copinho!
Depois da imensa fila, eu ainda precisava comprar tickets e almoçar. Mas eu não podia me dar ao luxo de almoçar na hora que o RU estava fechando como normalmente faço, PORQUE EU TINHA AULA!! Então, o Carlos me mostrou um restaurante que tinha comida barata e acabamos almoçando lá. E a comida era MESMO barata! (e foi a primeira coisa que paguei barato nessa cidade!)
Depois do almoço: AULA. Dessa vez foi com o pessoal da segunda fase. Radiojornalismo I. E, morram de inveja queridos coleguinhas: meu professor atende pelo nome de Eduardo Meditsch. E aí a gente começou a aula numa sala que se chama: Redação para rádio. *linda* Computadores em mesas que rodeiam a sala toda, um datashow no teto, uma mesa do professor (com outro PC) em baixo. Mas preciso comentar, nossos computadores são mais novos. hihihihi. O professor se apresentou, mandou que falássemos de nós (as vezes eu tenho vontade de gravar minha história e só apertar o botãozinho para não precisar repetir tantas vezes. mas foi só um pensamento!). Conversa vai e vem, percebi que terei que acompanhar as aulas de Redação para Rádio, porque eles já tem uma boa noção do assunto devido a essa disciplina de primeira fase. E eu? Bom, achei que fosse começar a entender de rádio agora. hahahaha. Mas são só dois créditos, tudo bem, tudo ok! Vou assistir como ouvinte.
O professor me disse que vai mandar alguns textos para que a gente leia toda aula, e precisamos ler Guerra dos Mundos para daqui 1 mês... Pois é, já temos alguns trabalhinhos para o primeiro dia de aula. E foi SÓ o primeiro dia!
Depois fomos para o laboratório de rádio. Aii que emoção! Parecia uma rádio de verdade! *o* O professor colocou alguns documentários para ouvirmos e foi bem legal e interessante. Se bem que teve uma hora que achei que aula nunca fosse ter fim! Bem nesse momento o abençoado deu intervalo.
Após o intervalo foi falar com a gente um ex(lindo)-aluno de jornalismo da UFSC que trabalhou na rádio nacional da China por 4 anos e meio. Foi bem interessante, ele contou sobre o trabalho, sobre a censura na China, sobre as 'aventuras' como estrangeiro... (viu? prestei atenção em tudo!) Ouvimos alguns programas de outros países, como Canadá e Austrália. Conversa vai e vem, descobri porque chamam o prédio de jornal de 'shoppinzinho'. Segundo o professor Eduardo, antes de reformarem o prédio de jornal, eles estudavam num lugar que parecia um 'galpão' (a expressão que ele usou). Depois de reformado, ele ficou todo bonitinho, claro, novo e os alunos entravam e falavam: "Nossa isso aqui tá parecendo um shoppinzinho!" e ficou...
Então, FINALMENTE, a aula acabou e eu pude vir para casa. Voltei a pé e levei 15min pra chegar :))
Ainda estou contente e animada, mesmo tendo conhecido pouca gente, mesmo tendo conhecido pouca coisa. Começo de semestre afinal né, tudo sempre é lindo! hahahaha
Só que esqueci de uma coisa essencial hoje: levar a camera para a UFSC, isso explica a falta de fotos no post.

A história toda:
três

sábado, 3 de março de 2012

três: a chegada e um pouco mais...

Era dia 01 de março e eu deveria chegar em Florianópolis as 11:30 da manhã. O avião saiu do Santos Dummont com 10 min de atraso e tudo parecia que ia bem sem demais problemas. O voo foi bem tranquilo até chegarmos em FNP... O piloto anunciou:
-Já estamos sobrevoando a cidade e iremos descer logo. - depois de 30min ainda não tínhamos descido e ele deu sinal de vida... - Houve um problema no aeroporto de FNP, um avião de pequeno porte quebro quando estava pousando e a pista foi fechada para pouso. Não há previsão para essa pista liberar por enquanto, então vamos voltar para o aeroporto mais próximo, o de Curitiba, para abastecer e esperar uma notícia.
O aeroporto de Curitiba parecia ser no meio do mato, não vi cidade em nenhum dos lados. Achei que teriam um aeroporto mais bonito por serem a "cidade modelo" do Brasil. Mas depois pensei que beleza e organização não tem muito a ver.
Enfim, consegui chegar em Florianópolis só as 14h. A dona da casa que estou morando já estava me esperando com uma plaquinha com meu nome. Ela e o marido foram MEGA fofos comigo.
Conheci a casa e algumas das moradoras. Gostei do meu quarto, tenho um closed :p


Na sexta, ontem, fui conhecer a UFSC e falar com a coordenadora de jornalismo. Fiz umas imagens da frente do CCE (Centro de Comunicação e Expressão). *não consegui postar o vídeo, então coloquei a foto.* Adorei o campus e é claro que fiquei fascinada com o prédio de Jornalismo. E olha que me limitei a ir conhecer apenas a coordenação. Depois tentei andar pelo campus mas percebi que não estava conhecendo nada e sim me perdendo, todos ps prédios são muito parecidos a primeira vista. Então pedi informação e fui para o centro da cidade para fazer o cadastramento do passe escolar.


Me surpreendi com o Centro da cidade, vi prédios antigos conservados, ruas limpas e uma local claro e arejado. Achei uma lojinha fascinante daquelas de china-china que vendem de tudo barato e me diverti um pouco. Depois fiquei 3h na fila para o cadastramento do passe escolar, mas consegui sair de lá com o cartão na mão. Voltei para a casa fácil e aparentemente a ideia que tenho é que andar em Florianópolis vai ser fácil. 

Hoje, depois de adiar o máximo fui ao mercado fazer compras e mais uma vez descobri que não nasci pra isso! Se tivesse dinheiro pagaria para alguém fazer compras pra mim, sério! Depois fiz almoço e coloquei a roupa suja de molho. Sim o meu primeiro sábado em Florianópolis está sendo de 'dona de casa'. 

E claro que eu tenho muitos detalhes e coisas engraçadas para contar, mas o post de hoje foi só um panorama geral de como eu cheguei até aqui. E, que comece oficialmente as histórias de uma paulista, pseudo-carioca perdida entre os manezinhos...

A HISTÓRIA TODA...