sábado, 18 de junho de 2011

A magia da grande cidade

Dia desses estava eu em um ponto de ônibus esperando por um amigo. A noite começava a chegar e a chuva insistia em cair. Sozinha e sem muito o que fazer passei a reparar nas luzes da cidade. A noite sempre me fascinou, as luzes, as estrelas. O escuro te impede de ter uma visão ampla e segura, por isso passa a ser tão interessante, te induz a buscar, a descobrir, a se adentrar, a investigar e se entregar totalmente. O escuro é imprevisível. No escuro você enxerga o que não existe, ou não enxerga o que existe, de acordo com o que seus olhos são capazes de ver.
Mas nem só de escuridão se vive, porque quando a noite cai, o sol desaparece, as luzes da rua ligam automáticas. Ninguém precisa ir lá e pedir para acende-las, elas sabem que precisam estar ligadas para que você consiga ter a visão necessária. Mesmo que embasada, mesmo que dificultosa.
Por isso a cidade grande a noite se torna tão bonita. Ela consegue manter a escuridão e fazer com que as luzes te guiem por onde é necessário ser guiado. Já por volta das 20h, quando as pessoas já chegaram em casa depois de um expediente de trabalho, as ruas ficam tranquilas e os carros passam pelo sinal verde da a minha frente borrando as luzes. Eu não vejo dentro do carro, eu não vejo a cor do carro. Mas eu sei que ali tem um carro. Porque mesmo com escuro as luzes me possibilitam ver a sombra que o reflete.
Enquanto a chuva insiste em cair, acaba se configurando na paisagem. Na noite da grande metrópole a chuva faz toda a diferença. Em um ambiente melancólico, frio, triste, a chuva se insere e se coloca como trilha sonora de uma vida. O som do carro passando e borrando a luz é diferente quando há chuva.
No céu só é possível ver as estrelas mais boitas, as que mais brilham. Eu vejo estrelas meio que como pessoas, que olham por mim, que se lembram de mim. E as que resistem a poluição e luzes das grandes cidades são as que mais merecem apoio, elas se esforçaram para que continuassem brilhando dentro de algum coração. Entendam, eu não estou dizendo que o céu de estrelas é mais bonito na grande metrópole do que no interior, em hipótese nenhuma! Eu adoro o céu de Seropédica! Só acho que as grandes estrelas são as que aparecem na cidade, são as que se esforçaram muito para estar ali.
E o tempo passa... E a cidade não pára! Nunca!
Foto 2: Campinas, SP
Foto 1: Centro do Rio de Janeiro

ps. o post da semana era para ter sido um poema feito em uma quinta-feira ociosa por três amigas revoltadas e entediadas. Por ética eu preferi falar o que já era programado. Mas eu preciso comentar... O tema do poema era: "O sonho da casa limpa". (rsrsrsrsr) Desculpe-me, apenas as minhas duas amigas entenderão isso.

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