Sinceramente, eu não consigo entender os brasileiros.
Ouvi durante toda a minha vida escolar no ciclo básico que os vestibulares eram injustos, desumanos, dificílimos. Sempre ouvi dizer sobre o exemplo americano no processo de seleção para um aluno ingressar um uma Universidade. Prova unificada para todos os estudantes, documentação e histórico escolar. (ou algo semelhante a isso).
Ok, então vamos lá unificar todo o processo também queridos brasileiros... E três anos depois, quando quase todas as Universidades Federais e Projetos de bolsas de estudos usam a “prova de unificação” para que os alunos ingressem e iniciem o curso de graduação, todo mundo se revolta e pede de volta os vestibulares injustos e desumanos.
Em 2009, quando passei pela fase “pré vestibular” teria matado o cara que roubou a prova do Enem só para mostrar o quanto sistema do governo tinha falhas. Eu havia estudado um ano inteiro e tinha me preparado e me programado para a prova naquele fim de semana. Depois, ela foi remarcada e tudo correu (relativamente) bem. Sim, eu sou uma aluna aprovada pelo primeiro ano do Sisu.
Acredito que unificar o sistema de avaliação no vestibular é o primeiro passo para uma melhora na educação. Falhas, erros, problemas, isso é inevitável, considerando a dimensão da prova. Sabe por que não há falhas no vestibular da USP (considerado um exemplo de organização para todo o país)? 146.885 estudantes realizam a prova (em 2012). 4 milhões de alunos fizeram o Enem em 2010. Eu sei, não se justifica o fato, a prova precisa ser feita com mais cuidado e com mais zelo pelo governo brasileiro.
Ainda assim, são apenas três anos, e acredito que as coisas devem ir se colocando no lugar. A unificação dos vestibulares federais permitiu o acesso de muitos brasileiros, que antes não podia sequer sonhar em estudar em uma instituição publica e de qualidade.
Não entendo as revoltas, não entendo o problema geral do Enem. Não entendo os brasileiros sempre insatisfeitos. Não entendo a falta de valorização dos programas nacionais. Não entendo a falta de colaboração e a falta de tolerância com o Estado. Temos sim que lutar por uma educação melhor, temos sim que lutar por ensino de qualidade. Mas, em principio é necessário rever as prioridades e os frutos de novos programas.
Essa é uma das questões positivas
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