quinta-feira, 17 de outubro de 2013

o que eu sou quando cresci

em homenagem ao dia das crianças.

o texto é uma nota que escrevi no facebook em qualquer época de devaneio.

de 8 de fevereiro de 2013 às 20:57
Sempre achei que a questão de toda felicidade do mundo fosse se tornar quem você sempre sonhou na infância. Sempre achei que precisava ter um bom emprego e um apartamento comprado aos 21 anos. Porque em minha cabeça infantil eu seria uma adulta formada aos 21 anos, como todas as outras pessoas que eu conhecia de 20 e poucos anos. (pelo menos eu imaginava que elas eram pessoas independentes e esclarecidas com essa idade)
Fiz planos para a vida desde muito nova, planos sobre onde estudar, o que fazer quando chegar, em que direção seguir e que tipos de amigos ter por perto.
Hoje eu percebo que planos são bons. Eles me deram objetivos para buscar, me deram sonhos para realizar na vida. Mas nem em todos os meus pensamentos infantis eu me imagina aos 21 anos assim como eu sou hoje. 
Eu achava que fosse ser dona do meu próprio nariz, totalmente despregada dos meus pais e com amigos muito diferentes daqueles que hoje eu considero amigos de fato. 
Mas na verdade o lance todo é que por mais que você faça planos e se esforce para realiza-los e fazer com que a vida seja do jeito em que você montou naquelas noites antes de dormir, um tal de destino muda tudo e te leva para onde ele bem entender. 
A gente descobre que os pais se tornam mais essenciais na medida em que os anos passam. A gente entende que nosso melhor amigo é sempre a gente mesmo e que o mundo e as pessoas não eram grandes e sim nós que éramos pequenos.
Em nenhuma das cenas montadas em minha cabeça infantil sobre meus 20 e poucos anos eu me imaginava tão feliz como estou agora. Eu nunca pensei que alguém pudesse de fato sentir tanta felicidade, tanto orgulho de si mesmo, tanta satisfação pelo que se tornou (ou tem tentado se tornar). 
E minha maior questão hoje em dia não é ser exatamente igual como eu sonhei. Eu ando pensando se a criança que eu era teria orgulho da adulta que me tornei (ou tenho tentado me tornar). E sim, eu com certeza seria a heroína de mim mesma quando criança. E acho que isso é suficiente para continuar a correr atrás dos meus sonhos, isso é suficiente para continuar tentando ser uma pessoa melhor a cada dia!

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