terça-feira, 24 de julho de 2012

quinze, o último

Já estou no Rio desde o dia 11/07 mas estava evitando finalmente terminar esse diário de bordo. Talvez porque enquanto eu não fizesse isso em minha cabeça a mobilidade não acabaria, sei lá. Parece difícil imaginar a realidade ruralina outra vez. Mesmo já tendo ido a Seropédica, mesmo já tendo me estressado com meus amigos, mesmo já estar estudando comunicação de novo. Mesmo já tendo deixado a UFSC pra trás.
O balanço que preciso fazer desses quatro meses que passei longe de casa é o post que li no blog de uns amigos da UFSC.

"(...)E é nessas horas que você se dá conta de como é insignificante comparado ao tamanho do mundo. Ou que o mundo é pequeno demais para caber todos os seus sonhos. Depende de como se olha.

Você se dá conta que pode viver perfeitamente bem no mundinho em que você está e que tudo é estável. Mas algo falta. Quando você parte para outra cidade ou país, acha rapidamente os defeitos e virtudes do local. Admira, mas sente falta do lugar da onde você era.

Quando seu ciclo de amizades se transforma, você fica feliz por conhecer novas pessoas. Vê que existem milhares de homens e mulheres diferentes por todo o mundo. Ainda assim, sente falta daquele seu amigo retardado que só falava besteira.
(...)
Deseja que seus diferentes círculos de amizade fossem reativados e que você pudesse falar com todos. É quando se dá conta que nada disso é possível e que você não consegue se adaptar a lugar algum. E nem quer ser assim tão adaptado.

Nenhum lugar é tão perfeitamente feito pra você. Mas nenhum lugar também é tão ruim. Você não tem mais uma zona de conforto e seu “status quo” é único e exclusivamente, você mesmo.

E nessas horas que você consegue perceber a dimensão e beleza de cada lugar, de cada rosto, de cada sorriso. É assim que você aproveita mais o ambiente em que trabalha ou se diverte muito em uma simples saída com os amigos para comer cachorro quente. Tudo se torna melhor, mais bonito, mais crítico e também mais difícil.

Quem sabe isso seja apenas uma desculpa para aqueles que gostam de se aventurar, viajar, conhecer o mundo. Mas você já se perguntou até quando vai durar o mundinho em que você está tão perfeitamente feliz? E o que vai fazer depois disso? O que vai ser da sua vida?(...)"


leia aqui o texto completo

Voltei a mesma pessoa, voltei uma pessoa diferente. Não sei diferente em que, nem o quanto essa diferença vai gritar. Me sinto melhor, mais feliz, me sinto mais dona do mundo e ao mesmo tempo sinto que ele é tão grande que nunca serei capaz de ser dona nem de mim mesma. Mesmo assim tenho evitado meus amigos da UFSC, tenho evitado olhar fotos e sentir saudades. Tenho preenchido meu tempo com o máximo de coisas que consigo (isso não tem sido muito difícil, tenho feito nada e tudo nesses dias). Mas sei que um dia a saudades vai chegar desesperadamente e eu vou ter que sentir. Mas sei lá, as vezes acho que ela nem dói tanto assim mais. Até que ela chegue claro.
Não quero comentar sobre minha grande experiência profissional, porque tudo que relatei nos últimos meses por aqui... Mas mesmo aprendendo tantas coisas sobre minha futura profissão eu ainda aprendi coisas sobre a vida. O que mais me chamou a atenção e que eu preciso compartilhar aqui é que a gente aprende a fazer as coisas, ninguém nasce sabendo. Claro que tem um ou outro que nasce com o dom, mas isso não me impediu de aprender e estar caminhando para ser boa. A repetição leva a perfeição. Nunca acreditei muito nessa coisa de aprender a fazer, até que provei para mim mesma que seria capaz e acho que fiz um bom trabalho no final das contas.

E só para concluir, eu não quero prolongar demais, tudo em nossas vidas deixa marcas. Tudo que vivemos, aprendemos, sentimos, absolutamente tudo nos modifica, nos influência de alguma forma. E sempre deixamos um pouco de nós e sempre levamos um pouco dos outros.

Tchau UFSC, o sonho acabou.


a história toda

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