As vezes eu ficava pensando no passado. As vezes eu ficava forçando para que as coisas voltassem como antes.
Voltou o Necom, li Deleuze, passei uma sexta em Campinas entre amigos e entendi tudo.
As coisas sempre acontecem por algum proposito e elas sempre acabam. Não adianta a gente achar que um dia vai ter uma vida legal como planejamos porque vivemos um "devir" (leia Diálogos, Deleuze) num momento qualquer. Não adiantar forçar e tentar controlar tudo ao redor para fazer com que as pessoas que amamos permaneçam ao nosso lado. As coisas vão mudar sempre, considerando que o presente é sempre a mudança, a transição, o movimento.
"Nenhum homem entra duas vezes no mesmo rio. Porque o rio sempre se movimenta e o homem sempre muda."
Amor nós temos de uma noite, de uma semana, de um mês ou quem sabe de uma vida inteira. E o grande lance é saber aproveitar e viver o instante do devir, o instante do presente. O grande lance é saber amar naquele instante, de cabeça e por completo. Porque depois passa. E depois a gente entende que nada vai ser igual. E depois a gente percebe que não demos lutar para que seja mesmo. Não porque eu ou você desistimos de tudo isso, mas simplesmente porque mudou, porque tinha que mudar.
Saudades é um sentimento que permeia o homem em toda a sua vida e o que descobri foi que ela precisa estar presente. E que o fato de ela existir não significa que devemos fazer com que tudo aconteça de novo para que ela se acabe. Pelo contrário, é melhor mudar tudo e não voltar atrás, é melhor deixar a saudade lá gritando.
As pessoas vão e vem, e a vida passa.
A gente encontra e desencontra. O destino e o futuro não são algo que de fato podemos controlar.
Entendi tudo mesmo sabendo explicar pouco sobre tudo isso. Me senti feliz porque tenho plena certeza de que vivi o devir. Tenho plena certeza que sentirei saudades sempre. E isso significa que houve algum tipo de transformação ali, e que mudou tudo.
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