segunda-feira, 28 de março de 2011

Lá no mundo do "se"

E as vezes, eu me pego pensando em como seria minha vida "se" eu não estivesse mudado para o Rio. Logo que esses pensamentos indesejados aparecem eu os espanto sem demora. Afim de contas para que ficar pensando sobre algo que nunca aconteceria? As vezes eu fico refletindo sobre a felicidade, e talvez eu acho que eu poderia ter tido uma vida muito mais feliz no interior de São Paulo. Uma vida previsivel e esperada: teria entrada para o jornalismo da PUCC, trabalharia como professora de ballet até conseguir um bom estágio. Estagiaria na EPTV Campinas e teria na Faculdade uma ótima formação televisiva. Casaria bem provavelmente com um vizinho ou um antigo amigo de Ensino Médio. Manteria todos os meus amigos de escola e largaria o ballet sem ao menos perceber que isso estava acontecendo. Compraria um terreno em qualquer condominio fechado e construiria a casa dos sonhos. Daquelas sem portão com gramado verdinho na frente e dois carros na garagem. Seria feliz e morreria sentada na cadeira de balanço em frente a minha casa com um sorriso nos lábios, logo depois de ter completado 100 anos, contando algum história de festival de dança aos meus netos, quiçá bisnetos... Quase como um filme... Quase perfeito demais para se tornar realidade.
Só que há 2 anos atrás, isso era tudo que eu não queria para a minha vida. Essa história de viveram felizes para sempre nunca foi meu sonho. Eu nunca gostei de ser princesa, eu preferia ser a idealizadora, eu preferia ser a dona da história.Porque eu nunca gostei de previsões, porque eu nunca gostei de rotina.
E hoje eu realizei meu sonho, eu escrevi minha história. Eu moro na "Cidade Maravilhosa", eu estudo numa Universidade Federal, eu faço o curso que sempre sonhei. Eu tenho a oportunidade de ter duas lindas casas... Tenho algumas pessoas importantes e especiais, tenho algumas pessoas inesquecíveis. Tenho tantas histórias a contar, tantas maluquices já realizadas... E ainda assim eu penso no "se". E ainda assim eu sinto saudade. E ainda assim eu fico me perguntando "se" eu seria mais feliz com minha vida de filme americano.
E dai vem o peso na cosnciencia... Eu construi e venho construindo a minha propria história, era para eu ser a pessoa mais feliz do mundo. E porque ainda assim eu me pego pensando no "se"? Egoísmo, egoísmo, egoísmo. Porque talvez hoje o que me faria mais feliz é ter algumas pessoas de Campinas por perto. E só... Porque eu só percebi a importancia que elas tem em minha vida depois que me vi longe delas. E eu que achava que valorizava meus amigos, e eu que achava que seria boa o suficiente para viver sem eles.
Saudade. esse é meu nome. Saudade, esse é meu coração. Saudade. essa sou eu.
Saudade. só saudade.
E as vezes eu fico no mundo do "se" talvez porque o mundo do "se" tem me interessado muito mais do que a história que eu escrevi. Talvez porque, nunca ninguém me contei que quando se resolve escrever a história o mundo tira a sua borracha.
E "se" eu conseguir achar o amor da minha vida, construir uma casa com um grama verdinha e morrer depois dos 100 anos com dois carros na garagem, eu vou contar aos meus netos que ainda que seja bem mais bonito e tranquilo escolher ser a princesa, é melhor que eles escolham ser a escritora... Mas eu vou avisa-los que quando escolhe-se esse papel, o mudo te tira a borracha.
Ainda assim, vale a pena... Isso quando não entramos no mundodo "se". É o mais racional, deixar o "se" para tras e ignora-lo todas as vezes em que eles inssistir em aparecer.

Um comentário:

  1. É Mari, penso muito nesse mundo do "se", mas logo tento me desfazer dele, pois ou vive o mundo que você escolheu ou o da imaginação. Impossível viver os dois... infelizmente.
    Lindo seu texto e parabéns pelo blog. Muita saudade de você, marcou minha vida como eu espero de alguma forma ter marcado a sua.
    Grande beijooo e espero que consigas ser MUITO feliz na história que decidiu escrever, as pessoas de Campinas não desaparecem nunca da sua vida, só permanecem um pouco distante.
    Talita

    ResponderExcluir