terça-feira, 27 de maio de 2014

mas e os sonhos?

Quando a cabeça não dá paz é hora de colocar todos os desorganizados pensamentos em letras que juntas formam muitas palavras sem sentido. Eia que.

Essa nunca foi a faculdade dos meus sonhos. Mas se tornou um sonho estudar aqui. Então fiquei pensando que talvez não tivesse sido um sonho se eu tivesse ido para o lugar que sempre sonhei. Talvez tudo aquilo tenha se tornado um pesadelo. Há umas semanas atrás fui conhecer a faculdade dos meus sonhos e eu realmente achei que talvez, e somente talvez, pudesse ter sido um sonho sim.

Quando eu estava no terceiro ano de Ensino Médio, uma professora me disse uma vez que a grama do vizinho é sempre mais verde. Na época não entendi. Mas hoje eu realmente achei que talvez a grama da faculdade dos sonhos estivesse mais verde. 

Esse nunca foi meu emprego dos sonhos. Mas se tornou um sonho trabalhar aqui. E talvez o emprego dos sonhos se torne um pesadelo. A gente nunca vai saber de verdade não é mesmo? 

As vezes a gente escolhe, as vezes a vida escolhe pela gente. Eu tenho deixado a vida escolher por mim há tanto tempo que me habituei com que as escolhas, me habituei com a vida encarregada delas. Acho que a última escolha que fiz foi ter mudado de sala no último ano do Ensino Médio. Todas as outras não foram de fato uma escolha, foram somente uma falta de ação que me levou a diversas consequências e aprendizados, bons ou ruins. Mas então o que é mesmo fazer uma escolha? Será que o ato de acordar todos os dias e escolher ir trabalhar de vestido ou de calça jeans não é escolher alguma coisa que pode mudar minha vida para sempre? 
O que muda a vida? 

Acho que nunca saberemos, se e como seriamos caso tivéssemos realizados nossos sonhos do modo que imaginamos. Ou se tivéssemos escolhido menos ou mais. Eu sei que já falei sobre o tal "SE" dessa e dessa outra vez. Mas ele continua aqui, continua aqui nos assombrando. 

Hora de andar, hora de andar, hora de andar. Mas nada sai do lugar! Que droga! Continue andando e andando. Hora de fazer escolhas, daquelas que mudam sua vida para sempre. Quando você anda para frente, necessariamente deixa algo para trás. E as vezes esse algo é bom, mas esteve em sua vida tempo suficiente para me fazer alguém melhor. Eu gosto de misturar essa terceira e primeira pessoa, porque eu sou nós e nós é você. 

Mas eu já sonhei tanto e já vivi tantas coisas que se tornaram sonho que hoje não sei mais como sonhar. Alguém me ensina como voltar a ter vitalidade e a crença dos 14 anos por favor? Alguém me ensina como ter a coragem de encarar o mundo aos 14 anos por favor? Por que eu encarei o meu mundo aos 14 anos e estou morrendo de medo de encarar o meu mundo aos 22. Porque o mundo dos 22 é maior? Mas eu também sou maior né? 

Alguém me fala qual o botão que eu aperto para sonhar de novo? Como quando eu tinha 14 anos e queria ser dona de uma revista adolescente? Como quando eu tinha 15 anos e queria ir para o Oriente Médio cobrir a guerra do Iraque? E depois tudo ficou tão escorregadio... Será que dá para ser criança sendo adulto?

domingo, 25 de maio de 2014

"A única coisa mais inconcebível do que ir embora era ficar; a única coisa mais impossível do que ficar era ir embora. Eu não queria destruir nada nem ninguém. Só queria sair de fininho pela porta dos fundos, sem causar alvoroço nem conseqüências, e depois só parar de correr quando chegasse à Groenlândia."
Liz Gilbert
 



quarta-feira, 7 de maio de 2014

qual é a vida real então?

Sou uma pessoa apegada. Me apego a uma bolsa, a um local, a um restaurante, a uma pessoa, a um sorriso. Me apego. Porque quando algo faz o nosso coração bater mais forte e transparece no sorriso não há como e nem porque não se apegar. (ok, até pode existir uma série de porquês, mas não vem ao caso). 
Eu fui muito apegada a escola, a amigos e a rotina que levava. Porque eu era sinceramente feliz, simplesmente feliz. Nessa época me diziam que essa não era a realidade. Eu fiz amigos, dos quais alguns ainda estão por perto e tanto outros já se perderam no caminho. E são mais de 4 anos, mais de 500km. Mas se fosse fantasia, será que os amigos dessa época ainda estariam por perto? 
Bom aí eu pensei, ok escola, hora de dar tchau. Oi vida real! E fui para a faculdade. Então eu me apeguei de novo, a amigos, a casa, a um campus lindo. Porque não há como não se apaixonar pela Rural. E me disseram de novo, essa não é a realidade da vida. Espere até você começar a trabalhar e pagar suas contas. Eu estou trabalhando e pagando contas agora. E já experimentei todas as aflições de não ter dinheiro, poder ser demitida, andar com o carro na reserva, virar a noite estudando, trabalhar até muito além da hora, não ter tempo para comer no dia. Mas agora a faculdade está acabando e eu tenho a sensação de que nada foi real. Será que os amigos vão ficar por perto como os da escola? 


Então, onde fica a vida real? Será mesmo que tudo a gente vive até os vinte e poucos anos é tudo uma fantasia?
Um dia me disseram que os amigos que levamos para a vida toda são os da faculdade, porque eles vão te acompanhar em sua profissão. Desculpe, eu preciso discordar do "senso comum" e dizer que os amigos que levo para a vida toda são aqueles que me escolhem, que não desistem de mim, que insistem ao meu lado. 
Claro que a faculdade faz da gente outra pessoa. Claro que todas as pessoas passam e contribuem para isso. E claro que depois de terminar o curso a gente sai conhecendo um monte de gente com a mesma profissão que a nossa, no caso da Rural, gente que não é também! 
Mas e agora? Será que vai começar mesmo a vida real? Talvez já seja tarde para isso né vida? 


Talvez a minha vida real seja cheio de sorrisos, de amigos e de bons momentos. Talvez a vida real que eu construí seja conseguir continuar sorrindo mesmo quando o chão some em baixo dos meus pés. Mas as vezes as coisas ficam tão difíceis que até o habitual sorriso se torna uma dificuldade e a vontade é de ficar deitada na cama o dia todo. Mas a gente não tem uma vida de fantasia para manter? Ou é essa mesmo a vida real?